A figura do Empreendedor: Perfil, Personalidade, Comportamento e Competências
Autores
Nome
1 - Josimar Souza Costa UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR) - Centro de Ciências da Gestão
2 - José Milton de Sousa-Filho UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR) - PPGA
3 - Danielle Batista Coimbra UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR) - foraleza
4 - Borisz Berkovics UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR) - Fortaleza
5 - Bruno de Souza Lessa UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR) - Fortaleza
Reumo
O incremento do número de empresas do tipo startup traz ao mainstream a discussão sobre a ausência de planejamento para criação de novos negócios. Nas startups acontece uma inversão da lógica de design preditivo e prospectivo para a lógica na qual um negócio pode surgir de uma ideia clara de solução de problema sem para isso assumir objetivos claramente definidos (DEW et al., 2008; SARASVATHY, 2001).
Torna-se importante entender essas variáveis de nível individual propondo-se um construto de segunda ordem, ora denominado exaptação empreendedora, que represente de forma reflexiva a ação multivariada sobre a intenção empreendedora. Para tanto surge a seguinte questão de pesquisa: Em que medida se relacionam as variáveis que refletem a exaptação empreendedora?
Características limitadas de personalidade não conseguem definir o empreendedor criativo (LEUTNER et al., 2014) mesmo que para distinguir o empreendedor de outras pessoas criativas (MCMULLAN; KENWORTH, 2015; PERRY-SMITH; COFF, 2011). O perfil empreendedor e as pessoas altamente criativas encontram semelhanças nos fatores criativos de Sternberg e Lubart (1999) com autoaprendizagem, foco para superar obstáculos, tolerância a riscos (AHLIN; DRNOVSEC; HISRICH, 2014), tolerância a ambiguidade (BRAVO et al., 2017), autoestima (AHMETOGLU; LEUTNER; CHAMORRO-PREMUZIC, 2011), autoeficácia e extroversão.
O instrumento de coleta de dados foi composto por escalas testadas e validadas das variáveis antecedentes a intenção empreendedora em contextos brasileiro e estrangeiro possibilitando a observação de itens para a validação do construto exaptação empreendedora. As escalas de criatividade empreendedora (8 itens), criatividade e pensamento criativo (8 itens), risco (4 itens), autoeficácia (7 itens) e orientação a carreira empreendedora (10 itens).
Para a análise dos dados, foram realizadas estatística descritiva e a análise multivariada dos dados. Realizou-se uma análise fatorial exploratória para avaliar a unidimensionalidade dos construtos utilizados na MEE (BLUNCH, 2008; FORNELL; LARCKER, 1981; SHARMA; DURAND; GUR-ARIE, 1981), por análise fatorial confirmatória, buscando a consistência entre o modelo teórico e os dados obtidos (MAROCO, 2010).
Este artigo teve como objetivo validar escalas propondo o construto de exaptação empreendedora. A utilização da análise fatorial confirmatória permitiu validar um construto de segunda ordem proposto como exaptação empreendedora. Todos os indicadores de ajustamento do modelo foram satisfatórios resultando em uma escala validada de 25 itens.
AHLIN, B.; DRNOVSEC, M; HISRICH, R. D. Entrepreneurs’ creativity and firm innovation: the moderating role of entrepreneurial self-efficacy. Small Bussiness Economics, v. 43, n.101–117. 2014.
AHMETOGLU, G.; LEUTNER, F.; CHAMORRO-PREMUZIC, T. EQ-nomics: Understanding the relationship between individual differences in Trait Emotional Intelligence and entrepreneurship. Personality and Individual Differences, v. 5, n.1, p. 1028–1033. 2011.
BAKER, T.; MINER A.; EESLEY, D. Improvising firms: bricolage, account giving and improvisational competency in the founding process. Res Policy, v. 32, p. 255-276