Resumo

As MPEs possuem uma parcela significativa no desenvolvimento econômico nacional, na participação da produção de riquezas do país, na circulação de bens e serviços e na geração de renda nacional (IBGE, 2021). A parcela de micro e pequenos empreendedores ativos no Brasil, em 2022, representa mais de 50% do total de empresas do País (BRASIL, 2022). Durante a pandemia Covid-19, momento em que muitas empresas precisaram pausar suas atividades presenciais para reduzir a disseminação do vírus, as micro e pequenas empresas (MPEs) precisaram se reinventar para controlar os impactos.

Qual o comportamento dos indicadores de natalidade e de mortalidade das MPEs nos períodos em torno da Covid-19 no Brasil? Objetivo: analisar o comportamento da natalidade e da mortalidade das MPEs no contexto da Covid-19 no Brasil. Objetivos específicos: identificar na literatura as principais causas de mortalidade das micro e pequenas empresas; analisar os níveis de natalidade e mortalidade das MPEs por região do Brasil; e comparar os níveis de natalidade e mortalidade das MPEs abrangendo dois anos antes até dois anos depois do ano de início da Covid-19 no Brasil.

As MPEs contribuíram com 25% do PIB em 2020, o que trouxe a garantia da renda familiar de mais da metade do número total de empregos no País, ou seja, em torno de 14 milhões de famílias (IBGE,2021). Em uma pesquisa realizada por Schreiber (2021), a crise decorrente da pandemia relacionada ao Covid-19 tem grande reflexo nos segmentos empresariais, constatando que 16 das 20 empresas analisadas no estudo sofreram com a redução em seus faturamentos nos primeiros meses de pandemia, e 11 empresas da mesma amostra reduziram o quadro de funcionários através de demissões.

A pesquisa tem abordagem quali-quantitativa e característica descritiva. Em relação a coleta dos dados, a pesquisa é considerada documental. contemplando as MPEs abertas e fechadas em todas as regiões do Brasil, com seus respectivos estados, nos anos de 2018 a 2022 disponíveis no mapa de empresas do governo federal (BRASIL, 2022). Fez-se uso de estatística descritiva, representada pelos cálculos de média, mediana, desvio padrão, mínimo e máximo, relacionados a abertura e fechamento de MPEs. Na análise foi considerada a divisão entre regiões, estados e anos.

Ao comparar a variação percentual de todos os anos presentes no estudo com o ano de início da pandemia Covid-19, 2020, é possível perceber que em todas as regiões no ano de 2021, as variações de surgimento de MPEs foram positivas. Ou seja, o número total de empresas abertas foi superior em todas as regiões, porém o crescimento de empresas encerradas também acompanhou o crescimento das abertas. O estado com a maior quantidade de MPEs abertas e fechadas foi São Paulo, seguido de Minas Gerais e Rio de Janeiro respectivamente, em todos os cinco anos da amostra.

O ano com o maior número de empresas abertas foi 2021, a região foi o Sudeste e o estado foi São Paulo. Em relação a extinção de MPEs, o ano com maior fechamento foi 2018, a região foi Sudeste e o estado foi São Paulo. A região com a maior variação percentual de encerramentos entre os anos de 2019 e 2020 é o Nordeste, sendo, portanto, a região mais impactada no cenário pandêmico. Os índices de extinção das MPEs também apresentaram uma elevação considerável ao analisar o período de 2020 em comparação a 2021, com um aumento em 35,65% no cenário pós início de pandemia.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo. BRASIL (2022). Mapa das Empresas. KOTESKI, M. A. As micro e pequenas empresas no contexto econômico brasileiro. Revista FAE BUSINESS, Blumenau, n.8. p 16-18. Maio de 2004. SCHREIBER, Dusan; MORAES, Margareth Aparecida; STASIAK, Ligia. O impacto da crise pelo Covid-19 nas micro e pequenas empresas. Revista Vianna Sapiens, v. 12, n. 1, p. 30-30, 2021.