Resumo

Título do Artigo

PERSISTÊNCIA EM INOVAÇÃO E DESEMPENHO ORGANIZACIONAL: VALE A PENA PERSISTIR EM INOVAÇÃO?
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Palavras Chave

P&D
Capex
Desempenho

Área

Gestão da Inovação

Tema

Dimensões Criativas, Comportamentais e Culturais da Inovação

Autores

Nome
1 - Nayana de Almeida Adriano
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Feaac

Reumo

A inovação é a mola impulsionadora da dinâmica empresarial e econômica, dessa forma tornou-se interessante buscar os determinantes das empresas em investir em inovação e ser persistente nesse investimento (Guarascio & Tamagni, 2019; Alturazza, 2017). A persistência da inovação apoia-se na visão de que o processo de acumulação criativa por empresas tem a capacidade de impulsionar a dinâmica da indústria, e corrobora o crescimento endógeno. Nesse sentido, Guarascio e Tamagni (2019) afirmam que o crescimento sustentado a longo prazo decorre da permanente acumulação de conhecimentos novos.
Uma importante lacuna a ser explorada a relação de influência da persistência em inovação P.I., estudada por meio de atividades exploration e exploitation, no desempenho de empresas do Brasil. Assim, entender as implicações da P.I. nos resultados organizacionais baseadas na hipótese de que sucesso gera sucesso norteia este estudo. Nesse sentido, a pesquisa propõe-se responder à seguinte questão: Qual a influência da persistência da inovação (P.I.) no desempenho organizacional das firmas brasileiras?
Heckman (1981) destaca duas vertentes de persistência. A primeira considera que o efeito do comportamento causal ocorre quando a decisão de inovar em determinado período aumenta a probabilidade de inovação no período subsequente. A segunda, chamada de relações não explicadas, considera que a decisão de inovar é condicionada por variáveis não mensuradas. Já, na hipótese de persistência do “sucesso gera sucesso”, considera que a inovação gera lucratividade, que depois financia as atividades de inovação, gerando um ciclo virtuoso que a empresa cria para se manter competitiva Bas & Scellato, 2014
A amostra da pesquisa reúne 381 empresas não- financeiras listadas na B3 S/A – Brasil, Bolsa, Balcão, no período 2013-2017, com dados disponíveis para o cálculo das variáveis na plataforma da Compustat Global®. Para atender ao objetivo geral da pesquisa, a metodologia aplicada para testar a persistência em inovação foi dividida em duas análises: persistência P.I. do tipo radical exploration (investimentos em P&D) e a do tipo incremental exploitation (investimentos utilizados para adições ao Imobilizado e melhorias do ativo fixo). O ROA e o Cresc. Vendas como proxies para desempenho da firma.
Os resultados do Teste de Mann-Whitney revelaram que há diferença estatisticamente significante a 1% entre o grupo das empresas que persistem em inovação exploration e o das que não persistem para rentabilidade, crescimento das vendas e tamanho da empresa. Contudo, na análise de regressão a persistência em inovação não se mostrou significante para inovação exploration com relação ao ROA, porém mostrou-se significante para persistência em explotation a 10% sugerindo que a inovação incremental ou de melhoria de processos ou redução de custos gera rentabilidade organizacional para firma.
Esta pesquisa destacou evidências que sugerem a rejeição da hipótese H_1, que nas empresas brasileiras, a persistência da inovação radical (exploration) tem influência positiva sobre o resultado organizacional, pois os resultados não se mostram significantes. A hipótese H_2, a persistência da inovação incremental (exploitation) tem influência positiva sobre o resultado organizacional, verificou-se u influência significativa a 10% sobre o ROA. Assim, no cenário brasileiro, a P.I incremental influencia no resultado organizacional com relação ao ROA, para o cresc. vendas não foi significante.
Adriano, N., Trindade Medeiros, J., Carvalho de Vasconcelos, A., & Mendes De Luca, M. M. (2020). Divulgação de despesas com p&d versus inovação: um estudo nas empresas listadas na B3. Advances in Scientific & Applied Accounting, 13(2) Altuzarra, A. (2017). Are there differences in persistence across different innovation measures? Innovation, 19(3), 353-371 Guarascio, D., & Tamagni, F. (2019). Persistence of innovation and patterns of firm growth. Research Policy, 48(6), 1493-1512 March, J. G. (1991). Exploration and exploitation in organizational learning. Organization Science, 2(1), 71-87