Resumo

Título do Artigo

PORTFÓLIOS ESG TEM DESEMPENHO SUPERIOR A CARTEIRA DE REFERÊNCIA DO MERCADO DURANTE DA CRISE DO COVID-19? Um estudo para o mercado brasileiro
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Palavras Chave

investimento ESG
gestão de portfólio
risco

Área

Finanças

Tema

Apreçamento de Ativos

Autores

Nome
1 - Wanderci Alves Bitencourt
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - CEPEAD
2 - Robert Aldo Iquiapaza
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - CEPEAD

Reumo

O tema ESG, acrônimo de termo em inglês Environmental, Social and Governance, em investimentos não é novo, mas tem ganhado destaque nas últimas décadas. Contudo, a despeito do volume de estudos já realizados sobre o tema, a compreensão sobre como os critérios ESG impactam o desempenho de carteira de investimentos ainda é uma incógnita, uma vez que não há, na literatura, um consenso se ativos ESG resultam em um desempenho significativamente superior em comparação a estratégias convencionais de investimento.
o presente trabalho se propõe a avaliar, empiricamente, o desempenho de carteiras ESG, classificadas segundo seus scores divulgados pela B3, em relação a uma carteira de referência de mercado (Ibovespa), durante o período da Crise do Covid-19. Para avaliar o impacto da pontuação sobre o desempenho da carteira ESG serão criadas três carteiras de acordo com os níveis de pontuação (Small ESG, Middle ESG e Big ESG), cujos pesos dos ativos serão determinados por quatro estratégias de diversificação distintas.
Saber como os investimentos são afetados pelos níveis de ESG é relevante para investidores e gestores, pois o objetivo da SRI não é o investimento socialmente direcionado, no qual os poupadores deliberadamente aceitam retornos abaixo do mercado para ajudar aos outros, mas sim o exercício de critérios voltados a um investimento socialmente responsável na seleção e gestão de carteiras de investimento, sem para isso abrir mão do trade-off risco retorno (Sandberg et. al, 2009; Sparkes e Cowton, 2004).
Serão construídas 12 carteiras ESG e adotada uma carteira de referência de mercado, o que permitirá 1) realizar a comparação entre as carteiras ESG e o Ibovespa; 2) avaliar o impacto da pontuação ESG sobre o desempenho das carteiras; e, 3) avaliar o efeito das estratégias de diversificação sobre estas carteiras. Para análise do desempenho será feito um backtesting e comparadas as medidas de desempenho fora da amostra com o uso da análise de variância.
Podemos considerar que, para o período analisado, nem as carteiras ESG nem o Ibovespa foram capazes de gerar um prêmio pelo risco significativo, que os retornos médios anuais das diferentes carteiras ESG e o Ibovepa podem ser considerados iguais e que, embora não seja observada diferença estatística significativa entre as carteiras ESG e o Ibovespa, em relação as métricas de volatilidade e máximo drawdown, a maior pontuação ESG garante uma diferença significativa entre as estratégias ESG e maior resiliência, em nível, das carteiras Big ESG em comparação ao Ibovespa.
Assumindo que uma carteira ideal seria uma carteira com pesos conservadores, estáveis no tempo (o que evita custos de custos de turnover), bem diversificada e com controle de operações vendidas (Kremer et al., 2020), os resultados sugerem que o investidor que priorize investimentos ESG pode obter vantagens à exposição ao risco se optar por carteiras com empresas de maior pontuação nestes fatores. Estes apontamentos estão alinhados com os resultados encontrados por outros estudos sobre o tema tais como os achados de Nofsinger e Varma (2014); Ouchen (2021) e Broadstock et al. (2021).
DEMIGUEL, Victor et al. A transaction-cost perspective on the multitude of firm characteristics. The Review of Financial Studies, v. 33, n. 5, p. 2180-2222, 2020. KREMER, P. J.; LEE, S.; BOGDAN, M.; PATERLINI, S. Sparse portfolio selection via the sorted ℓ1-Norm. Journal of Banking & Finance, v. 110, p. 105687, 2020. SPARKES, Russell; COWTON, Christopher J. The maturing of socially responsible investment: A review of the developing link with corporate social responsibility. Journal of business ethics, v. 52, n. 1, p. 45-57, 2004.