Ativos Intangíveis e Grau de Intangibilidade: Uma Análise das Companhias Brasileiras dos Setores de Tecnologia da Informação e Telecomunicações no Contexto da Covid-19
Ativos Intangíveis
Grau de Intangibilidade
Investimento
Área
Finanças
Tema
Decisões de Investimento Empresarial
Autores
Nome
1 - Deybit Linderman Aniceto Costa UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Face
2 - Paula Roberta dos Santos UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Centro de Pós-graduação e Pesquisas em Controladoria e Contabilidade
3 - David João Massingue UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Faculdade de Ciências Econômicas -Centro de Pós-Graduação em Controladoria, Finanças e Contabilidade
4 - Laura Edith Taboada Pinheiro UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Faculdade de Ciências Econômicas
5 - Bruna Camargos Avelino UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
Reumo
Estudos sobre ativos intangíveis têm representado notória relevância para as organizações e, com isso, a temática vem despertando crescente interesse de pesquisadores. Verifica-se que os ativos intangíveis têm maior potencial de prover benefícios econômicos, comparando com os tangíveis. Por outro lado, em função da grande influência da economia da informação e do conhecimento, diversas empresas têm direcionado esforços para a obtenção de vantagens competitivas, a partir de novas formas de investimentos inerentes aos intangíveis como: know-how e capital humano.
Pesquisas mostram que, face ao ambiente competitivo em que as empresas se inserem e, em consequência da pandemia, os intangíveis impactam no desempenho financeiro. Assim, surge a pergunta: Qual a relação entre investimentos em ativos intangíveis e grau de intangibilidade das empresas dos setores de tecnologia da informação e de telecomunicações listadas na B3, no cenário da Covid-19?
Objetivo: analisar a relação entre o volume de investimentos realizados nos intangíveis e o grau de intangibilidade das firmas dos setores de tecnologia da informação e telecomunicações, no contexto da Covid-19.
Ativos intangíveis são bens não corpóreos controlados pela companhia (Flores et al., 2018). Eles representam uma das áreas mais complexas da contabilidade, considerando haver dificuldades na sua mensuração e na estimação do prazo de vida útil (Hendriksen & Van Breda (2010). A realização de maiores investimentos em ativos intangíveis tem gerado maior valorização de preço de mercado nas empresas (Medrado et al., 2016). Assim, as oscilações nos valores de mercado em contextos de crise financeira, como a causada pela Covid-19, motivam a busca pelo comportamento dos intangíveis nas organizações.
O estudo classifica-se como descritivo quanto aos objetivos, documental quanto às estratégias e quantitativo no tocante à abordagem. Foi definida uma amostra de dez companhias e um lapso temporal que abarcou o quarto trimestre de 2020 e os três primeiros trimestres de 2021. Foram realizados testes estatísticos como: Qui-Quadrado (X²), T-Student, Wilcoxon, Shapiro-Wilk e as correlações de Pearson e Spearman. O tratamento dos dados e os referidos testes estatísticos foram realizados com recurso aos softwares Excel® e Jamovi®.
O teste Qui-Quadrado não rejeitou a H0 (não existe diferença estatística significativa entre as variáveis GI e IAI). Os testes T-Student e Wilcoxon, para o setor Telecomunicações, não rejeitaram a H0. Através das correlações de Pearson e Spearman notou-se direção fraca e positiva entre as variáveis, para ambos os setores. No de tecnologias da informação, a relação entre GI e IAI foi forte e positiva, resultado consistente com o esperado, baseado na literatura. Este resultado pode ser justificado pela relação direta dos intangíveis com as firmas do setor, se comparado com o de telecomunicações.
A perspectiva do estudo com base na literatura, em haver uma relação positiva e significativa entre os investimentos realizados em ativos intangíveis e o grau de intangibilidade no contexto da Covid-19, ficou confirmada pelo estudo, especificamente para o setor de tecnologias da informação. Entretanto, foi constatada uma relação fraca e negativa para as variáveis Grau de Intangibilidade e Investimento em Ativos Intangíveis, quanto ao setor de telecomunicações.
Machado, J. H., & Famá, R. (2011). Ativos intangíveis e governança corporativa no mercado de capitais brasileiro. Revista Contemporânea de Contabilidade, 8(16), 89–110.
Medrado, F., Cella, G., Pereira, J. V., & Dantas, J. A. (2016). Relação entre o nível de intangibilidade dos ativos e o valor de mercado das empresas. Revista de Contabilidade e Organizações, 28.
Nascimento, E. M., Oliveira, M. C. de, Marques, V. A., & Cunha, J. V. A. da. (2012). Ativos intangíveis: análise do impacto do grau de intangibilidade nos indicadores de desempenho empresarial. Enfoque: Reflexão Contábil, 31(1), 37–52.