Gestão do Conhecimento, Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia
Autores
Nome
1 - Mariah Eduarda Furman UNIVERSIDADE POSITIVO (UP) - Ecoville
2 - Cleonir Tumelero UNIVERSIDADE POSITIVO (UP) - Ecoville
3 - Mario Sergio Della Roverys Coseglio -
Reumo
A inovação aberta permite o aumento da competitividade empresarial, uma vez que a troca de conhecimentos capacita empresas para a P&D e a inovação tecnológica com agentes externos que proporciona maior agilidade na resolução de problemas e eficiência que envolvem os processos fabris. Contudo, para que os fluxos de conhecimentos da inovação aberta possam fluir adequadamente, de dentro para fora e de fora para dentro, os agentes que cooperam precisam deter capacidades tecnológicas para desenvolver seus próprios colaboradores até compreender a necessidade de cooperação entre concorrentes.
Há evidências de que as capacidades tecnológicas (CT) promovem a inovação aberta, visto que as capacidades tecnológicas geralmente permitem que as empresas desempenhem tecnicamente as funções ou atividades por meio da utilização de tecnologias de ponta, ou seja, a capacidade tecnológica aumenta a capacidade que a empresa tem de identificar e utilizar recursos tecnológicos externos, o que influencia diretamente na aquisição exploratória de recursos externos. Contudo, essa relação entre CT e inovação aberta ainda é um fenômeno pouco compreendido e tem, portanto, oportunidade de investigação.
O estudo da capacidade tecnológica apresenta um papel fundamental no que tange à acessibilidade de conhecimento tecnológico externo (Wu, 2014). Em razão da emergência do tema na literatura não é muito compreendida a função da capacidade tecnológica na inovação aberta. Contudo, há evidências de que a capacidade de as empresas acessarem e transformarem novos conhecimentos aumenta de maneira substancial o potencial de desempenho por meio da inovação aberta (Liao, Fu & Liu, 2020).
O método aplicado foi o estudo de casos múltiplos. As unidades de análise foram as áreas de inovação de três subsidiárias de multinacionais estrangeiras do setor automotivo operantes no Brasil. Foram realizadas dez entrevistas, totalizando cinco horas e 12 minutos. A duração média de cada entrevista foi de 37 minutos e 20 segundos. O tratamento e análise de dados foi realizado por meio de análise de conteúdo, com o apoio do software Atlas.TI. Após o tratamento dos dados coletados, o conteúdo foi confrontado com conhecimentos presentes na literatura.
Os principais resultados indicaram que as empresas estão em uma busca constante para aplicar inovação aberta, entretanto, o processo ainda ocorre informalmente entre os parceiros tecnológicos. Além disso, ocorre um enfoque na busca por empresas concorrentes para estabelecer cooperação, tal característica é situada devido a cada empresa possuir um objetivo diferente, o que torna cada empresa mais desenvolvida em objetivos diferentes, isso torna o fluxo de informações mais interessante para as partes interessadas.
A principal conclusão deste estudo é de que a detenção de capacidades tecnológicas promove a inovação aberta, uma vez que tais capacidades são fortemente baseadas em conhecimentos que precisam ser renovados a fim de as multinacionais se manterem competitivas em seus mercados de atuação. Soluções tecnológicas que poderiam demorar meses e anos para serem alcançadas, são realizadas a partir de parcerias com agentes externos.
A principal referência foi Liao, Fu & Liu (2020), estes autores realizaram um estudo sobre capacidades tecnológicas e inovação aberta, demonstrando um modelo que apresenta de forma objetiva a relação entre os dois temas. Outro autor referência utilizado foi Chesbrough (2003; 2006; 2017), que estudou com profundidade a inovação aberta e a indústria. Além disso, Wu (2014) estudou com profundidade as capacidades tecnológicas na indústria.