1 - Camila Neves UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - CCSA
2 - Gabrielle Maria de Oliveira Chagas UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - Programa de Pós Graduação em Administração - PROPAD
3 - Joséte Florêncio dos Santos UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - PROPAD e MPA
4 - Móisés Araújo Almeida UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - Departamento de Finanças e Contabilidade (DFC)
Reumo
As empresas responsáveis não podem ignorar as questões ambientais, uma vez que a destruição ambiental e o esgotamento dos recursos inviabilizam seu desenvolvimento sustentável (SONG; ZHAO; ZENG, 2017). Por outro lado, a adoção de práticas corporativas de ESG demanda o aporte de capital e uma visão amplamente difundida é de que são um custo geral sem um benefício claro. A preocupação com resultados financeiros das empresas sempre foi uma questão básica para os proprietários. Estudos tem buscado compreender a relação entre as ações de ESG e a performance financeira das empresas.
Questionamento: qual a relação entre as práticas de ESG e o Desempenho Financeiro Corporativo, das empresas da B3 que divulgam Relatórios de Sustentabilidade?
Objetivo geral: Investigar a relação entra as práticas corporativas de ESG e o desempenho financeiro das empresas brasileiras listadas na B3 que divulgam Relatório de Sustentabilidade /
Objetivo específico: Mensurar o desempenho das práticas corporativas de ESG
A percepção de incompatibilidade entre o desempenho ambiental e o financeiro pode ser reforçada pelos resultados empíricos inconclusivos a respeito dessa relação (RAMIC, 2019). He, Ren e Zeng (2022) constataram que a certificação ambiental melhora significativamente o desempenho quando mensurado por meio do Q de Tobin, indicando as vantagens da adesão a padrões ambientais. Peria et al. (2020) relacionaram alguns métricas de RSC ao desempenho financeiro corporativo. Já Anzilago, Flach e Lunkes (2022) concluíram que a responsabilidade social corporativa ambiental tem influência no desempenho
O presente estudo se caracteriza como descritivo e empírico, uma vez que visa testar uma hipótese ou estimar relações entre variáveis, tendo sido utilizada uma abordagem quantitativa (WOOLDRIDGE, 2006). A população da pesquisa é composta por todas as empresas brasileiras de capital aberto listadas na B3, com informações de 2010 a 2021. Foi construída uma proxy para mensurar as práticas de ESG, com base na literatura. Para Investigar a relação entra as práticas corporativas de ESG e o desempenho financeiro das empresas foram analisadas regressões de dados em painel desbalanceado,conforme testes
A performance financeira, quando mensurada por meio do ROA, é impactada pelo desempenho corporativo em IESG. A dimensão Ambiental e de Governança apresentaram relação positiva, com significância. Já a dimensão Social (DS) indicou relação negativa, mas sem significância estatística. foi constado que o Desempenho Financeiro (Q de Tobin) também é positivamente impactada pelo desempenho de práticas ESG (IESG). Quando analisadas as dimensões do ESG individualmente constatou-se que as práticas ambientais e de governança impactam positivamente o desempenho financeiro medido pela métrica de mercado.
Observou-se uma evolução da divulgação de atividades de ESG ao longo do período analisado. Os principais resultados inferenciais deste estudo apontam que as práticas corporativas de ESG tem influência positiva no desempenho financeiro das empresas brasileiras, tanto sob perspectiva contábil, quanto da métrica de mercado. Em especial, as práticas corporativas ambientais e de governança melhoram o desempenho financeiro, enquanto não o foi constada influência das práticas sociais O tamanho das empresas também foi relevante, sendo identificado um desempenho financeiro superior em empresas maiores.
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