Resumo

Título do Artigo

O CONTEXTO DE TRABALHO DOS INFLUENCIADORES DIGITAIS: sonho ou precarização?
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Palavras Chave

Precarização
Influenciadores digitais.
Relações de Trabalho

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Bem-estar e Mal-estar no trabalho

Autores

Nome
1 - Lizy Manayra Santos Oliveira
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
2 - Rafael Straus Timbó Vasconcelos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
3 - Ana Paula Moreno Pinho
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC

Reumo

Com a evolução das redes sociais e a crescente facilidade de acesso à Internet, surgiram novos atores da comunicação contemporânea, os chamados influenciadores digitais (MOREIRA et al., 2021). Seu papel nasceu de forma espontânea, assim como a nova relação desses indivíduos com as marcas. Um influenciador digital é visto pelo público como alguém mais próximo. Seu trabalho caracteriza-se por uma suposta autonomia de decidir quando e como irá trabalhar, não limitado a um local específico de trabalho, com horários e remuneração fixa, características bem diferentes de um trabalho tradicional.
Problema de Pesquisa: Como se caracteriza o contexto de trabalho e os elementos precarizantes na rotina dos influenciadores digitais do Instagram? O objetivo geral é verificar o contexto de trabalho e os elementos precarizantes na rotina dos influenciadores digitais do Instagram. Os objetivos específicos determinados: (1) Analisar os elementos de suporte no cotidiano dos influenciadores digitais do Instagram; (2) Analisar os elementos de exploração e sofrimento no cotidiano dos influenciadores digitais do Instagram; (3) apontar as principais perspectivas futuras dos influenciadores digitais.
Os temas centrais que fundamentam a realização do presente estudo, contemplando mídias sociais e o Instagram, bem como o tema precarização do trabalho. Plataformas como o Instagram proporcionam às empresas valiosas interações com consumidores. Os influenciadores têm um papel central nessas relações (SCHAU; GILLY, 2003). As mudanças globais vivenciadas atualmente fomentam um novo paradigma nas relações trabalhistas, a exemplo de formatos precarizados de trabalho e emprego, que, por sua vez, têm sido percebidas, a partir da proliferação das novas formas de contrato.
Realizou-se pesquisa qualitativa e descritiva, mediante entrevista com 10 influenciadores digitais. Para o desenvolvimento deste estudo, as informações foram colhidas através de um roteiro semiestruturado que investigava, dentre outras questões, as informações referentes ao processo de “Perspectivas futuras”, “suporte” e “exploração e sofrimento” por meio de entrevistas com influenciadores digitais. O roteiro teve como referência o modelo de inventário de precarização de Araujo, Jesus e Rodrigues (2018).
Os influenciadores consideram estar satisfeitos com o retorno financeiro. A remuneração acontece tanto por postagens eventuais ou por contratos fixos de patrocínio. Assim, apesar das condições de desregulamentação dos direitos do trabalhador – já que a categoria não tem garantias – a remuneração é considerada justa no geral. Além disso, os influenciadores destacaram a necessidade de investir em recursos, como celulares de última geração. Eles investem constantemente em recursos para melhorar suas atividades, visando o desenvolvimento e o crescimento do perfil.
A pesquisa sugere que há uma percepção dos influenciadores de que os ganhos (realizações, remuneração, reconhecimento e crescimento) superam as dificuldades apresentadas no contexto de trabalho. Desta foram, a pesquisa indica que os elementos de precarização estão dispostos e apresentados, mas não são conscientemente percebidos pelos entrevistados. Ao cabo desta pesquisa, conclui-se que há elementos de precarização no contexto de trabalho dos influenciadores digitais.
MOREIRA, I.; STENZEL, P.; LOPES, J.; OLIVEIRA, J. Os Influenciadores Digitais Contribuem com Sucesso para Reduzir a Lacuna entre Clientes e Empresas?. Brazilian Business Review, v. 18, n. 6, p. 662-678, 2021. SCHAU, H. j.; GILLY, M. C. We are what we post? Self‐presentation in personal web space. Journal of Consumer Research, v. 30, p. 385–404, 2003. ARAÚJO, M. R. M.; JESUS, R. M.; RODRIGUES, H. S. Concepção e validação do Inventário de Precarização Laboral. In: Congresso Brasileiro de Psicologia Organizacional e do Trabalho, 8., 2018, Goiânia. Anais [...] Goiânia: CBPOT, 2018, p. 269-269.