casos para ensino
escrita de casos para ensino
ensino e pesquisa em Administração
Área
Ensino e Pesquisa em Administração
Tema
Experiências no ensino-aprendizagem
Autores
Nome
1 - Ives Romero Tavares do Nascimento UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI (UFCA) - Laboratório Interdisciplinar de Estudos em Gestão Social / Centro de Ciências Sociais Aplicadas
Reumo
Nesta pensata apresento algumas reflexões acerca de erros e acertos que identifico serem comuns no processo de escrita de casos para ensino de Administração. De modo metafórico, ilustro sete pecados capitais e suas correspondentes sete virtudes que podem contribuir para a melhoria da elaboração destas peças textuais de ensino-aprendizagem. Uma vez que as pensatas são produções literárias que se posicionam e refletem sobre determinado assunto, apresento as contribuições a autores de casos para ensino de maneira a contemplar a utilidade da criatividade e da espontaneidade, dentre outros.
Dado o percurso que tenho seguido com proximidade na elaboração e avaliação de casos para ensino, percebo que o principal problema é a confusão que se estabeleceu entre eles e os estudos de caso. Muitos autores fazem análises organizacionais e/ou de gestão, mas elaboram estudos de caso e os apresentam como se fossem casos para ensino. O objetivo desta pensata é contribuir para a melhoria da escrita de casos para ensino, notadamente em Administração, a partir de uma visão metafórica do cometimento de ‘pecados capitais’ identificados no processo de elaboração dessas peças de ensino-aprendizagem.
Roesch e Fernandes (2007, p. 25) afirmam que um caso para ensino (em Administração) é a “reconstrução para fins didáticos de uma situação problema gerencial ou organizacional”, que tem como objetivo proporcionar a quem o lê reviver um dilema como ferramenta para a sua formação (não necessariamente empresarial). Ou seja: um caso para ensino é a forma de se antecipar um problema organizacional (simbólico e/ou de gestão, em sua grande parte) que provavelmente será vivido por quem acessa aquele caso para ensino ainda no momento de sua formação.
Portanto, o ‘pecado’ é cometido quando não se percebe o extravasamento dos limites entre um caso para ensino e um estudo de caso, de modo a gerar confusão entre ambos. E, a partir da minha experiência com a escrita, leitura, avaliação e reflexão acerca das possíveis causas desses pecados mais comuns, tenho percebido que a origem desses pecados se dá no caput, ou sejam na ‘cabeça’ de quem os elabora. E são pecados capitais porque revelam-se como a origem de outros problemas, como a existência de casos para ensino com muito potencial que terminam por não produzir os efeitos desejados.
Neste ensaio sob o formato de uma pensata tive o objetivo de refletir sobre como o processo de escrita de casos para ensino em Administração podem ser dificultados quando seus autores, por algum motivo, ‘pecam’. Esses pecados, metaforicamente ilustrados pelos Sete Pecados Capitais, dão vazão ao pensamento direcionado às virtudes correspondentes a cada um destes, de modo a oportunizar uma conversa entre mim e as pessoas que porventura lerão este trabalho.
Algumas referências são:
Alberton, A., & Silva, A. B. da. (2018). Como Escrever um Bom Caso para Ensino? Reflexões sobre o Método. Revista De Administração Contemporânea, 22(5), 745-761. Recuperado de https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2018180212.
Roesch, S. M. A. & Fernandes, F. F. (2007). Como escrever casos para o ensino de Administração. São Paulo: Atlas.
Teodósio, A. S. S. (2022, maio). Desastres são uma Questão Política e de Política: uma pensata para uma agenda de pesquisa em Administração Pública. IX Encontro de Administração Pública da ANPAD - EnAPG 2022, Evento on-line, Brasil.