1 - Gabriela Moura Cavalcante UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO (UPE) - Campus Caruaru
2 - Adriana Tenório Cordeiro UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO (UPE) - Campus Caruaru
Reumo
A cidade informacional encontra seu princípio fundamental na cultura da mobilidade, a
mobilidade física e informacional, criando uma dinâmica entre espaço privado e público
(LEMOS, 2009). Nos avanços das tecnologias digitais, e reconhecendo as repercussões
da pandemia, o smartphone se torna um mecanismo chave de conexão. Este artigo
resgata como a interface entre mobilidade informacional e mídias sociais repercute na
lógica de produção da cidade pelo público consumidor jovem, em sua relação com uma
cidade que revela uma relação cada vez mais forte com as redes telemáticas, uma
cibercidade.
O uso de mídias sociais como o Instagram por jovens repercute em suas percepções acerca da cidade e de opções de consumo. O objetivo geral é analisar como os jovens usam as mídias sociais em suas opções de consumo na (e da) cidade. Específicos: identificar os principais modos de compartilhamento de informações acerca da cidade; descrever seus principais modos de compartilhamento de experiências pessoais acerca da cidade; identificar conteúdos comentados acerca de opções de consumo sugeridas; e identificar as estratégias de comunicação que despertam maior atenção entre jovens.
Na construção do espaço urbano envolvido por novas tecnologias e redes telemáticas, a sociedade em rede (CASTELLS, 1996) e a cibercultura são percebidas em múltiplas dimensões (LÉVY, 1999), sendo que a ciberurbe releva o conceito de novo urbano (LEMOS, 2004). Unificando a criação de conteúdo e compartilhamento de informações entre jovens, as mídias sociais atuam a partir da abertura para a colaboração e interação de todos no ambiente virtual (TORRES, 2009), e os smartphones se tornam, para muitos, uma ‘extensão’ do corpo, ampliando-se o uso de aplicativos e plataformas como o Instagram.
Este estudo consiste em estudo exploratório qualitativo. Foi realizada pesquisa netnográfica para observar, em 2020, por 3 meses os modos como os jovens usam a plataforma do Instagram em dois perfis (A - 177 mil seguidores; B - 86,1 mil seguidores) ligados à realidade urbana de Caruaru – PE. O foco da observação, na interação por jovens que seguem o perfil A e/ou B, foi: (1) uso de hashtags, (2) quantidade de curtidas, (3) visualização dos vídeos, (4) mensagens motivacionais, (5) comentários, e (6) aspectos complementares. Para análise qualitativa dos dados, foi usada a Análise Temática.
08 Temas do Perfil A: Publicidade; Segurança na cidade; Notícias; Eventos;
Entrevistas; Dicas; Obras na cidade, e Imagens da cidade. 03 Temas do Perfil B: Eventos; Publicidade; Notícias. Perfil A traz ênfase em notícias da cidade e região, conteúdo mais nos posts, pouca interação no Stories, poucas hashtags. Perfil B traz viés informativo quanto a eventos, publicidade e notícias, baixo compartilhamento no feed, maior acessibilidade, contato mais direto com seguidores, maior uso de hashtags. Na pandemia houve maior viés informativo sobre a Covid-19, funcionamento de locais e vacinação.
Postagens de publicidade de eventos geram grande interação e aumentam a visibilidade do perfil e número de seguidores, e engajamento relevante em sorteios. Engajamento com vídeos compartilhados nos perfis chama atenção com média superior comparada à de curtidas e comentários nos dois perfis. Na interação dos seguidores, o tema Segurança na cidade se destaca em posts ligados a violência e furto, suscitando sentimentos como tristeza e indignação. A relação dos usuários com a cidade também é expressa de forma positiva em registros da cidade e no estímulo a opções de consumo e dicas.
ARAGÃO, F. B. P. et al. (2016). Curtiu, comentou, comprou. A mídia social digital
Instagram e o consumo. Rev. Ciências Adm., v. 22, n. 1, p. 130.
CASTELLS, M. (1996). Sociedade em Rede. São Paulo: Paz e Terra.
MENEGATTI, M. S. et al. (2017). Decisão de compras pela internet: uma análise a
partir do tempo de utilização de mídias sociais e da interatividade com a marca.
ReMark, v. 16. p. 1. p. 41- 54.
LEMOS, A. (2007) Cidade e mobilidade. Telefones celulares, funções pós-massivas e
territórios informacionais. Matrizes. n.1, out, p.121-13.
LÉVY, P. (1999). Cibercultura. 2 ed. São Paulo: Editora 3