Resumo

A Co-inovação tem surgido como novo paradigma relacionado à conjuntura aberta da inovação e os Ecossistemas de Inovação, por sua vez, têm atuado como ambientes inovadores junto a diversos atores, artefatos e atividades ligados entre si. Ambos conceitos têm proporcionado importantes elementos para a geração de inovações. Porém, apesar dos estudos realizados, a ocorrência da Co-inovação em EIs na literatura ainda se encontra pouco compreendida no que diz respeito as características principais desse fenômeno.

Levando em conta a riqueza dos estudos empíricos para a temática, ao invés de buscar aplicar isoladamente mais um estudo de caso a respeito da relação entre Co- inovação e EIs, a problemática dessa pesquisa se pauta em investigar como se configura o processo de Co-inovação em EIs dentre os estudos de casos já realizados sobre a temática. Assim, este estudo objetiva sintetizar estudos de caso primários a fim de caracterizar a ligação entre o processo de Co-inovação em EIs, destacando a configuração do processo mediante as duas perspectivas e os elementos de intersecção dessa atuação.

Com influências teóricas da inovação no cenário aberto, a Co-inovação surge na literatura evolutiva abordando um contexto onde novas ideias e perspectivas de diversas fontes são integradas em uma plataforma para gerar novos valores organizacionais (Saragih & Tan, 2018; Lee, Olson & Trimi, 2012). Sob outra ótica, inúmeras inovações, relacionadas entre si em vários graus, co-evoluem em um Ecossistema de Inovação (EI) e são desenvolvidas por diversas comunidades de inúmeros atores, artefatos e atividades, interagindo em um ecossistema complexo (Granstrand & Holgersson, 2020; Wang, 2009).

O estudo estabeleceu três redes causais mediante as Perspectivas da Co-inovação, do Ecossistema e Central, englobando o desenvolvimento particular da prática co-inovadora, o contexto junto aos EIs e elementos que dialogam com ambos a partir de uma atuação multilateral. Na Perspectiva da Co-inovação, destacam-se os elementos da implementação e estágios da Co-inovação; na do EI, a arquitetura e níveis de atuação, sobretudo nas tipologias de inovações geradas; e por fim, na Perspectiva Central, sobressaem a estratégia auto e interorganizacional, o ambiente coopetitivo e os recursos e capacidades.

Mediante as três perspectivas, percebe-se o quanto a atuação da Co-inovação em EIs agrega uma magnitude de processos, etapas e circunstâncias tanto perante um olhar mais focado na implementação da Co-inovação em si, quanto no contexto do ecossistema e sua arquitetura e níveis, e sobretudo nos elementos centrais que dialogam com ambos. Por meio de um exercício comparativo e contraste em um nível de estudo de caso cruzado, as redes causais de casos aqui apresentadas fornecem a base para explorar ainda mais como os estudos sobre Co-inovação em EIs estão relacionados ou dissonantes.

Granstrand, O.; & Holgersson, M. (2020). Innovation ecosystems: a conceptual review and a new definition. Technovation, 90(91), 102098. Lee, S.M; Olson, L.; & Trimi, S. (2012). Co-innovation: convergenomics, collaboration, and co-creation for organizational values. Managt. Decision, 50(5), 817-831. Saragin, H.; & Tan, J. (2018). Co-innovation: a review and conceptual framework. Int.J. Business Innovation and Research, 17(3), 361-377.