Resumo

Título do Artigo

Organizações de aprendizagem: uma perspectiva a partir dos estudos baseados em prática
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Palavras Chave

Organizações de Aprendizagem
Estudos Baseados em Prática
Aprendizagem Organizacional

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Aprendizagem nas Organizações

Autores

Nome
1 - Elton Oliveira de Moura
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE (IFRN) - Coordenação de Administração
2 - Marcelo de Souza Bispo
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - Departamento de Administração

Reumo

O debate sobre Organizações de Aprendizagem (OA) e Aprendizagem Organizacional (AO) tem feito parte da agenda de diversas pesquisas nas últimas décadas. Por vezes tratados como antagônicos, é possível encontrar na literatura diversos esforços na tentativa de definição e diferenciação dos termos OA e AO. De uma maneira geral, AO é entendida como uma abordagem com foco nos processos organizacionais e, por sua vez, a OA está centrada nos fatores ou elementos que conduzem uma organização ao se tornar uma organização que aprende.
Nos estudos em OA há uma certa predominância de uma noção da organização que aprende a partir de uma perspectiva prescritiva focada em características ideias de organização. A nossa proposta parte da perspectiva de que é possível superar a dualidade existente entre as perspectivas de AO e OA ampliado as possibilidades ontológicas e epistemológicas de se estudar organizações de aprendizagem. Assim, discutir como a perspectiva EBP pode ampliar a concepção OA a partir de uma perspectiva teórica que busca olhar para os aspectos situados da organização e das práticas organizativas.
O termo Organizações de Aprendizagem (OA) ganhou popularidade a partir da década de 1990 com a publicação do livro “The Fifth Discipline: The Art and Practice of the Learning Organization”, do autor americano Peter Senge (1990). Neste ensaio, buscamos articular uma proposta de OA a partir da epistemologia das práticas sociais (Gherardi, 2000a; Reckwitz, 2002; Schatzki et al., 2001), mais especificamente a perspectiva da aprendizagem social (Gherardi & Nicolini, 2001) que, como destaca Örtenblad (2018), tem certa presença nos estudos sobre AO, no entanto, é pouco explorada nos estudos sobre OA.
Compreender as OA a partir dos EBP é assumir que as organizações são compostas por uma textura de práticas sociais. Defendemos que as perspectivas de AO e OA se diferenciam não por serem antagônicas, mas sim pelo nível de análise organizacional. Sendo assim, penso ser pertinente que a AO está mais focada em compreender como a aprendizagem ocorre nos microprocessos presentes nas práticas organizativas (foco micro da análise organizacional); enquanto a OA representa o entrelaçamento de práticas sociais que formam a textura organizacional (foco macro da análise organizacional.
Estudar OA a partir dos EBP possibilita pensar as OA para além da implementação de características idealizadas, mas a partir de uma noção de aprendizagem que é ajustada ao contexto da organização. Apesar de não ser um esforço recente, essa é uma lacuna ainda presente nos estudos sobre AO e que reforça uma falsa dicotomia entre OA e AO. Este esforço passa por repensar o que representam as noções de aprendizagem (learning) e conhecimento (knowing) nas organizações, mas também ao como as organizações podem ser caracterizadas como OA e como os processos de aprendizagem podem ser fomentados.
Elkjaer, B. (2020). The learning organization from a pragmatist perspective. Learning Organization. Kools, M., George, B., & Steijn, B. (2020). Developing schools as learning organisations—“Why” and “how”? European Journal of Education, 55(1), 3–8.