Resumo

O descarte incorreto de medicamentos nas últimas décadas, vem se tornando uma inquietude para a sociedade, na medida que culmina para sérios impactos ambientais e problemas de saúde pública. Diante da necessidade de dar um destino correto a esses fármacos, legislações como a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) instaurada em 2010 e a Logística Reversa são alternativas de diminuições desses impactos ambientais. O setor farmacêutico na últimas décadas obteve um crescimento exponencial, provocando um aumento de consumo de produtos medicamentosos e como consequência o descarte inadequado.

Sabendo da necessidade do descarte adequado de produtos fármacos, o problema que delineia o estudo é: como as microempresas farmacêuticas fazem os canais reversos de descarte dos medicamentos vencidos no município de Caruaru-PE? Assim, o presente artigo tem como objetivo analisar como quatro microempresas farmacêuticas realizam a gestão da logística reversa dos medicamentos vencidos ou em desuso.

Os resíduos gerados dos medicamentos vencidos ou em desuso, nos domicílios e estabelecimentos farmacêuticos, necessitam de uma destinação final correta, pois o descarte incorreto, provoca sérios danos ao ambiente e a saúde humana. A criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos surge com uma estratégia de minimizar esses impactos e propor ações de responsabilidade compartilhada em todos os elos. Assim como, a logística reversa que quando aplicada as farmácias, permite a promoção do descarte ambientalmente correto.

O primeiro momento foi realizado uma revisão bibliográfica, que se deu a partir do levantamento do conceito da PNRS e da logística reversa de medicamentos. Para realização da pesquisa de campo, com abordagem qualitativa e objetivo exploratório, foram realizadas quatro entrevistas com gestores e farmacêuticos de microempresas farmacêuticas no município de Caruaru-PE para analisar a logística reversa praticada por esses estabelecimentos. Para análise dos resultados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo de Bardin, através de questões semiestruturadas e abertas.

Através das entrevistas com os gestores e farmacêuticos das microempresas em estudo, foi possível verificar que das quatro farmácias estudadas, apenas três realizam a logística reversa, pois contribuem com a coleta e descarte de produtos fármacos pós consumo ou vencidos, através de empresas especializadas para o descarte final desses medicamentos. Observou-se também, um desconhecimento por parte das farmácias, a respeito da logística reversa e sua importância na destinação final dos fármacos vencidos e em desuso, referente a minimização dos danos ambientais.

A importância da Logística reversa no destino final dos medicamentos vencidos e em desuso é essencial, para diminuição dos impactos ambientais gerados pelo descarte incorreto. Legislações específicas são essenciais para garantir uma destinação final correta, reforçando também que a educação dos profissionais dos estabelecimentos farmacêuticos, pode promover uma melhor conscientização da população que ao chegar nas farmácias, serão orientadas quanto ao descarte correto.

AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL. Logística Reversa para o setor de medicamentos. Brasília: ABDI, 2013. BALISTA, W. C.; CHAVES, G. D. L. Diagnóstico da Logística Reversa dos Medicamentos vencidos e em desuso no Município de São Mateus-ES por dos elos consumidor final e farmácias. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 36. João Pessoa/PB, 2016. Anais. João Pessoa/PB: 2016. Acesso em 06 de junho de 2022 BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial: transportes, administração de materiais, distribuição física. 1. Ed. 18 reimp. São Paulo: Atlas, 2007.