Resumo

Título do Artigo

Processo de Mudança em Organizações Públicas : Um estudo à luz das capacidades dinâmicas
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Palavras Chave

Capacidade dinâmica
Organizações públicas
Capacidade dinâmica de processo

Área

Administração Pública

Tema

Gestão Organizacional: Governança, Planejamento, Recursos Humanos e Capacidades

Autores

Nome
1 - Laíse do Nascimento Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Administração e Controladoria
2 - DOUGLAS DA SILVA FERREIRA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC - FORTELEZA/CE
3 - Linnik Israel Lima Teixeira
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - FEA
4 - Jose Carlos Lazaro
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - PPAC

Reumo

As agendas de pesquisa na área de Administração têm adotado, de forma periódica, abordagens relacionadas à capacidade dinâmica, com avanço nos últimos anos em áreas como estratégia e empreendedorismo (MARTINS et al., 2019). Em que pese o foco dos estudos nas organizações privadas, as organizações públicas são desafiadas com exigências que propiciem o alcance de maior eficácia, considerando os cortes financeiros recorrentes, a elevação de demandas e a necessidade de mostrar desempenhos (PIENING, 2013). Em vista disso, o setor demonstra potencial para estudos sobre capacidades dinâmicas
Estudos no setor público ainda são incipientes. Linden, Bitencourt e Neto (2019) confirmam a ausência de estudos do tema no setor público, evidenciando a necessidade de pesquisas que denotam a forma como organizações públicas têm desenvolvido capacidades dinâmicas. Isso conduz a necessidade de pesquisas que agreguem contribuições para a gestão pública sobre aspectos de capacidades dinâmicas frente às rotinas e processos no âmbito institucional. Posto isso, o objetivo do artigo é analisar como organizações do setor público desenvolvem capacidades dinâmicas de processo em contexto de mudança
Eisenhardt e Martin (2000) definem que as capacidades dinâmicas norteiam organizações a gerenciar recursos e processos para se adequarem às transformações oriundas do meio onde atuam. Compreendem as rotinas e as estratégias aplicadas pelas organizações para se reestruturarem, cuja ênfase tem se sido evidente no setor público. Ferreira e Simões (2021) destacam que as três grandes dimensões em torno das capacidades dinâmicas no setor público são: i) inovação e empreendedorismo; ii) capital intelectual e gestão do conhecimento e aprendizagem; iii) cadeia de suprimentos e tecnologia da informação
O estudo adotou uma abordagem qualitativa de cunho descritivo e exploratório, uma vez que permite estudar as nuances sobre as capacidades dinâmicas pertinentes às instituições públicas. Escolheu-se a implantação do Sistema Eletrônico de Informação (SEI) como evento de estudo. 10 instituições de ensino superior que se destacam em inovação foram selecionadas para verificação sobre como suas capacidades foram utilizadas para implantação do SEI. Fez-se uso de dados secundários tendo como fonte sites das instituições e relatórios de gestão emitidos por estas, oriundos dos anos 2015 a 2020.
As organizações promoveram mudanças adequando-as às suas necessidades internas, alcançando benefícios não previstos pela legislação. Isso evidencia que as capacidades dinâmicas de processo de cada organização carregam características idiossincrática. A forma de absorção das rotinas também mostrou-se diferente nas universidades. Um grupo de universidades incorporou a mudança ao seu planejamento estratégico, estabelecendo objetivos e metas a serem cumpridas; outro grupo adotou mudanças incrementais, a nível processual e departamental, com o objetivo de cumprimento legal da implementação.
O estudo evidenciou diferentes formas que organizações públicas utilizam suas capacidades para se adaptarem a um mesmo evento. Duas formas foram identificadas: mudanças estratégicas e mudanças incrementais. No primeiro caso, as IES institucionalizaram a mudança de modo que toda a organização ficasse ciente do processo; no segundo caso, apenas setores afetados ficaram envolvidos na mudança. Fatores que motivam tais comportamentos podem ser investigados em oportunidades futuras
EISENHARDT, K. M.; MARTIN, J. A. Dynamic capabilities: what are they?. Strategic Management Journal, v. 21, n. 10‐11, p. 1105-1121, 2000. LINDEN, A. I.; BITENCOURT, C.; NETO, H. F. M. Contribution of knowing in practice to dynamic capabilities. The Learning Organization, v. 26, n. 1, p. 60-77, 2019. MARTINS, B. V. et al. Evolução e tendências da agenda de pesquisa internacional em inovação. Revista de Administração de Empresas, v. 59, p. 293-307, 2019. PIENING E. Dynamic Capabilities in Public Organizations. Public Management Review, v.15, n.3, p. 209-45, 2013.