Resumo

A pandemia do COVID-19 remodelou o sistema econômico, forçando uma brusca e repentina mudança da compra física para a virtual. Muitos estabelecimentos tiveram que se reinventar de uma hora para outra para continuarem existindo, dando espaço para o e-commerce. O comprador se adequou rapidamente ao novo método de consumo, por encomenda, e, devido a sua praticidade e segurança, continuou sendo o meio mais utilizado durante a pandemia. Os estudantes de pós-graduação, por possuírem mais instruções, podem ter reagido de uma forma mais peculiar em seu comportamento econômico durante a pandemia.

De acordo com este novo contexto da economia global, buscou-se verificar como a Covid-19 impactou o comportamento econômico de consumo de e-commerce de alunos de pós-graduação de uma Universidade da Baixada Fluminense. Para isto, como objetivo geral, buscou-se entender o comportamento de consumo em ambientes virtuais no período pandêmico de alunos de pós-graduação nas áreas de finanças, endividamento e emocional. Objetivos específicos: 1) Entender o perfil de consumidor; 2) Verificar se houve alguma mudança no período pandêmico; 3) Identificar os impactos psicológicos em relação ao consumo.

O comportamento econômico pode sofrer alterações provocadas por cenários instáveis. Uma crise sistêmica acompanhada de isolamento social tem potencial para mudar drasticamente a dinâmica das transações comerciais. Os alunos de pós-graduação em administração lidam com conceitos teóricos que embasam e refutam pressupostos gerais, mas é na prática que seus conceitos são realizados. Entender como foi o comportamento econômico de pessoas que conhecem diversos caminhos ajuda a definir quais são os traços mais eficazes adotados para a construção de modelos eficientes.

Inicialmente foi levantado material bibliográfico para embasar o referencial teórico, nortear a pesquisa e elaborar o questionário. Em seguida, foram realizadas entrevistas pelo Google Meet com mestrandos e doutorandos da UNIGRANRIO, com perguntas abertas, a fim de obter mais riqueza nas informações obtidas. O tempo médio de duração das entrevistas foi de 40 minutos e a saturação dos dados foi tido com 15 participantes. As respostas passaram por codificações utilizando a semiótica para identificar quais aspectos de comparação seriam realizados e foram separados em 10 temas.

A partir das respostas dos entrevistados, foram destacadas 10 áreas mais relevantes: 1) Educação Financeira; 2) E-commerce; 3) Segurança de Dados; 4) Consumo na pandemia; 5) Formas de Pagamento; 6) Empregabilidade na pandemia; 7) Economia na pandemia; 8) Compulsão por compras; 9) Isolamento social; 10) Expectativas do e-commerce após a pandemia. Observou-se que a maioria das perguntas seguiram um padrão de respostas, tendo poucos vieses, talvez por se tratar de um público com interesses e estudos em comum.

As compras online já era algo que fazia parte do cotidiano dos entrevistados, porém, todos relataram que sua frequência aumentou devido a pandemia. Mesmo inserindo seus dados para as compras, os usuários não se sentem totalmente protegidos na segurança de dados e se mostraram preocupados. O isolamento social contribuiu para o aumento das compras online e gerou compulsão por compras em 3 dos 15 entrevistados. Os serviços online foram aprimorados, o tempo de espera e o custo do frete diminuíram, mesmo após a pandemia, espera-se que o consumo online continue em alta.

BORGES, Romário Soares. Vulnerabilidade do Consumidor: E-commerce na Pandemia da COVID-19. Conteúdo Jurídico, Brasília-DF: 04 nov 2021. CRUZ, Wander Luis de Melo. Crescimento do e-commerce no Brasil: desenvolvimento, serviços logísticos e o impulso da pandemia de Covid-19. GeoTextos, vol. 17 n. 1, p. 67-88, julho 2021-a. GALDINO, Eduarda Silva. Compras na internet: um entendimento do comportamento de consumo em ambientes virtuais em meio à pandemia da Covid-19. Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa/PB, nov. 2020. GIBBS, Graham. Análise de Dados Qualitativos. 2008. São Paulo, SP.