Resumo

Título do Artigo

O DESVELAR DO OUTRO E DE SI MESMO – A COLABORAÇÃO DO TURISMO NA FORMAÇÃO DAS IDENTIDADES NA MODERNIDADE
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Palavras Chave

turismo
identidade
modernidade

Área

Turismo e Hospitalidade

Tema

Dimensões e Contextos do Turismo e da Hospitalidade

Autores

Nome
1 - MICHELE CANDELORO
Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) - SÃO PAULO
2 - Vivian Iara Strehlau
Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) - São Paulo

Reumo

Com a industrialização do mundo ocidental, a partir de 1890, vieram as diversas mudanças que transformariam a vida social da época, fundando o que se convencionou chamar de “Modernidade”. No final do Séc. XIX, os valores da modernidade passaram a ser associados ao movimento romântico que valorizava a emoção e a sensação. Surgia, então, o turismo de paisagem ou escapismo, como forma de se transportar o indivíduo para longe de seu cotidiano pesado e das novas cidades cheias e poluídas. As viagens propiciaram o encontro com um novo mundo e contribuíram para a construção das identidades.
O artigo busca compreender como as identidades foram “corroídas” com o advento da modernidade e como elas foram sendo “reconstruídas” a partir do encontro com um novo mundo que se apresentava ao indivíduo por meio do turismo. Foi realizada uma revisão bibliográfica para, primeiramente, diferenciar o turismo da antiguidade do que se constitui como fenômeno de massa na modernidade e então, abordar o turismo como fator contribuinte para a construção identitária. O trabalho encerra com a proposição de estudo futuro sobre turismo internacional e a maneira como as pessoas comunicam suas identidades.
As origens do turismo de massa, fenômeno da Modernidade, no entanto, precedido por uma das mais antigas atividades do homem, a viagem, que se dava por necessidade. A mudança de paradigma trazida pelas Exposições Universais que representaram uma "janela para o mundo desconhecido". O turismo na Modernidade usado como distinção social, expressão de identidades e valores pessoais e também como política de Estado, no sentido de unificar territórios e unir diferentes povos e culturas que viviam sob a mesma bandeira.
Fazer turismo tem sido historicamente uma expressão de identidades e valores pessoais e coletivos modernos. Durante o Século XIX, férias e turismo faziam parte do ritmo de vida e eram elementos chaves na construção do status social por passarem a integrar as expectativas culturais da classe média emergente. Quando a alta burguesia desafiava a aristocracia, as viagens funcionavam como recurso para demonstrar refinamento e posse de recursos financeiros.
A história das sociedades atuais se confunde com a história do turismo, porque a atividade turística produziu uma marca indelével: a noção de liberdade. E as iniciativas de construção de identidades sociais e nacionais por meio do turismo, empreendidas por governos centrais ou surgidas de forma orgânica, durante a Modernidade, por mais que tenham contribuído para este fim, não são finitas ou perenes e tampouco submetem os turistas a um aprisionamento às identidades, porque os turistas são observadores que estão constantemente olhando para os lugares e para os outros enquanto refletem sobre si.
Principais: BRUNER, E. M. Transformation of the self in tourism ENZENSBERGER, H. M. A theory of tourism GALANI-MOUTAFI, V. The self and the other; traveler, ethnographer, tourist. GIDDENS, A. Modernidade e identidade. KRIPPENDORF, J. Sociologia do turismo LEED, E. J. The Mind of the Traveler - From Gilgamesh to global tourism LÖFGREN, O. Know your country: A comparative perspective on tourism and nation building in Sweden MACKAMAN, D. P. The tactics of retreat: Spa vacations and bourgeois identity in Nineteenth-Century PALMER, C. Tourism and the symbols of identity