Resumo

Ressignificar o erro a partir de uma visão crítica e reflexiva de por que o esforço não produziu os resultados esperados, e que coisas novas foram aprendidas ao longo do caminho (Tahirsylaj, 2012) poderia relativizar o resultado e criar oportunidades. Assim, as poucas organizações que conseguem reinterpretar erros, incentivando seus funcionários à inovação e comportamentos criativos, seriam aquelas em que os erros aumentam “a probabilidade de extrair as ideias certas do fracasso de outra pessoa” (Leoncini, 2016, p. 99).

Considerando esta elaboração, este ensaio teórico leva em conta o seguinte problema pesquisa: Quais são os paradigmas utilizados na literatura para estudar o fenômeno de aprendizagem a partir do erro?

Segundo Kuhn (1989), paradigmas são modelos ou padrões, expressos na forma de pressupostos aceitos que determinam como é o mundo e como o conhecimento sobre este pode ser criado. Ademais, representam os compromissos feitos pelo pesquisador e determinam como os fenômenos devem ser observados. Khun argumenta ainda que os paradigmas podem dirigir a pesquisa mesmo na ausência de regras. A aprendizagem organizacional a partir do erro refere-se a um processo intencional, gerenciável e de risco em que os indivíduos usam tentativa e erro para se apropriar do que funciona melhor para um resultado.

Muitos das características acima também são propriedades comuns a AOE. A interpretação que grupos de trabalho associam aos erros e o que fazem em relação a isso, não está dissociada das expectativas compartilhadas sobre os comportamentos e hábitos aceitos. Ao adotar as lentes do interacionismo o pesquisador pode compreender as predisposições e os modos automáticos de resposta (hábitos) que os indivíduos têm em relação ao não conforme, ao inconsistente, e apontar os facilitadores e barreiras para que novas expectativas possam ser compartilhadas e adotadas, promovendo assim o ciclo de aprendizag

Os resultados obtidos apontam que grande parte da literatura cientifica que se produz sobre o tema de aprendizagem a partir do erro utiliza o paradigma positivista. Não obstante, um corpo considerável de trabalhos opta por uma perspectiva subjetiva, buscando compreender o significado que as pessoas atribuem aos erros. Alguns poucos, entretanto, vão além e exploram as emoções vinculadas aos erros, ao que se convencionou chamar de segurança psicológica. No entanto, como verificado neste artigo, os pesquisadores desta abordagem têm a intenção de transportar os achados a diferentes configurações.

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