Resumo

Título do Artigo

CLASSES SOCIAIS E RELAÇÕES DE TRABALHO: UMA ANÁLISE DO FILME CASA GRANDE
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Palavras Chave

Relações de Trabalho
Classes sociais
Análise fílmica

Área

Gestão de Pessoas

Tema

As faces da Diversidade

Autores

Nome
1 - Bruno Henrique Pais Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Escola de Administração
2 - Amanda Ribeiro da Luz
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - PPGA/GPRT
3 - Vivian Tavares Della Valentina
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL (PUCRS) - RS
4 - Bianca Spode Beltrame
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - PROGESP
5 - Luise Bittencourt Peres
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Programa de Pós Graduação em Administração

Reumo

A construção da classe média brasileira e a maneira como ela e as classes dominantes reproduzem um sistema com herança escravocrata, descendente do colonialismo, para e com as classes inferiores (SOUZA, 2018) é foco para se pensar relações de trabalho. Esse olhar é perpassado por inúmeros debates que trazem a reflexão da herança escravocrata deixada na sociedade brasileira. Desse modo, o filme Casa Grande mostra-se com uma narrativa instigante para buscar compreender e elucidar o momento sócio-histórico do país e apontar os tais traços coloniais fortemente marcados nas relações de Trabalho.
O objetivo do presente artigo é dialogar sobre os elementos que constituem as classes sociais e as relações de trabalho no contexto brasileiro através de uma análise fílmica de "Casa Grande".
Em um primeiro momento, discorre-se sobre as classes sociais do Brasil e a discussão de classe para um recorte além do aspecto econômico, evidenciando a herança imaterial como um elemento importante para a compreensão da dinâmica interna [e complexa] das classes sociais (SOUZA, 2012; SOUZA, 2018). Ainda, se categoriza as classes sociais como a ralé estrutural, os batalhadores, a classe média e a classe alta ou elite (SOUZA, 2012). Em um segundo momento e por último, as relações de trabalho ante a tradição escravocrata e o colonialismo presente no contexto brasileiro (QUIJANO, 2000).
Este estudo se caracteriza como abordagem qualitativa do tipo descritiva. No intuito de aproximar a arte do cinema com o campo das relações de trabalho, propõe-se neste artigo realizar uma análise fílmica do filme “Casa Grande” como um recurso analítico e metodológico capaz de explicar o fenômeno social das relações de trabalho no contexto brasileiro. A análise fílmica foi construída em dois momentos: na decomposição do filme em seus elementos constitutivos e no restabelecimento dos elos entre esses elementos constitutivos a partir da perspectiva de quem analisa.
O referido filme é reflexo da realidade brasileira no que compete a diferença entre classes sociais. Junto a isso, saltam aos olhos as relações de trabalho marcadas por tais diferenças e, também, marcadas por traços coloniais, cultivados historicamente. A construção da classe média brasileira e a maneira como ela e as classes dominantes reproduzem um sistema com herança escravocrata, descendente do colonialismo, para e com as classes inferiores (SOUZA, 2018) é foco para se pensar relações de trabalho. Esse olhar é perpassado por inúmeros debates que trazem a reflexão da herança escravocrata.
A partir dos reflexos da realidade trazidos pelo filme Casa Grande somada à discussão realizada por Jessé de Souza (2016; 2018) sobre as classes sociais, foi possível refletir sobre (i) as diferenças entre classes sociais para além de um recorte econômico, (ii) a constituição da classe média e seus privilégios e (iii) as ocupações junto às relações de trabalho que perpassam as casas da classe média brasileira e enxergar as peculiaridades destas relações, marcadas por um contexto de exploração e dependência de uma classe para/com a outra.
QUIJANO, A. Colonialidad del poder, eurocentrismo y America latina. Lander, E. In: Colonialidad del Saber, Eurocentrismo y Ciencias Sociales. Anais... Buenos Aires: CLACSO-UNESCO, 2000. SOUZA, Jessé. A classe média no espelho: sua história, seus sonhos e ilusões, sua realidade. 1 ed.,Rio de Janeiro: Estação Brasil, 2018. SOUZA, Jessé. Os batalhadores brasileiros: nova classe média ou nova classe trabalhadora?, 2 ed., Editora UFMG, 2012. VANOYE, Francis; GOLIOT-LÉTÉ, Anne, Ensaio sobre a análise fílmica. Campinas: Papirus, 1994.