Resumo

As estratégias das organizações advêm da construção social da realidade, uma vez que são concebidas pela valorização das ações e interações do indivíduo, motivo pelo qual são interpretadas como práticas. Neste caso, a sustentabilidade foi considerada como um norteador para a discussão da estratégia enquanto uma prática à nível organizacional. Alguns dos veículos midiáticos que discorrem sobre o desempenho das organizações são as mídias de negócios, essas tendem a elaborar narrativas ficcionais, ou seja, narrativas estratégicas em que mundos são criados a partir do game of make-believe.

Debater acerca da relevância das mídias de negócios no que se refere à sustentabilidade, aqui interpretada enquanto uma estratégia como prática

Mediante o poder atribuído às organizações a partir da posse de capital econômico em um sistema capitalista, há um favorecimento para que haja modificações constantes do sentido atribuído as discussões sobre sustentabilidade. Além das organizações, a intenção das mídias, diante do poder que também lhes é atribuído, é, normalmente, articular e propagar uma visão de mundo específica por meio da disseminação de suas narrativas. Narrativas estas ficcionais, ou seja, que criam mundos específicos a partir das verdades organizacionais, que posteriormente são disseminados pelas mídias de negócios.

As narrativas ficcionais criadas pelas mídias de negócios não necessariamente estarão alinhadas às narrativas elaboradas pelas organizações. Essa percepção reforça a ideia de que contextos, percepções políticas e ideológicas, atores envolvidos e cultura, são exemplos de aspectos que devem ser considerados como constituintes relevantes na elaboração narrativa acerca da sustentabilidade, especialmente quando essa é interpretada enquanto estratégia como prática.

Imersa na construção social da realidade por meio de interações, as organizações fundamentam-se tanto nas estruturas quanto nos indivíduos que as compõem. Este contexto legitima a relevância de discutir as ações organizacionais enquanto práticas e de compreender a sustentabilidade enquanto estratégia como prática. Esta perspectiva de compreensão, quando interpretadas à luz das narrativas ficcionais, representa uma forma de enxergar os aspectos reais e fictícios utilizados pelas próprias organizações e por fontes midiáticas para criar um mundo e um contexto específico.

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