Resumo

Título do Artigo

As origens da metodologia ágil: de onde saímos e onde estamos? Uma revisão sistemática da literatura
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Palavras Chave

Metodologia ágil
Incremental and Iterative Development
Lean thinking

Área

Gestão da Inovação

Tema

Organização, Processos e Projetos de Inovação

Autores

Nome
1 - Ronaldo Akiyoshi Nagai
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - FEA
2 - Roberto Sbragia
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - EAD-FEA

Reumo

Os métodos ágeis ganharam grande popularidade a partir do 2001 com o advento do Manifesto Ágil (BECK et al., 2001). Contudo, a aplicação excessiva dos métodos ágeis têm levantado questionamentos como o de David Thomas de que o “Ágil está morto” e de que o mercado, depois da popularização do Manifesto Ágil, tornou o termo um ímã para qualquer pessoa mercantilizar teorias e frameworks - os management fashions (THOMAS, 2014). Não obstante, observa-se com frequência críeticasm em relação aos métodos em cascata, defendendo os métodos ágeis como as verdadeiras soluções para os desafios em projetos.
Existe a necessidade de se resgatar as bases, ou os fundamentos basilares do pensamento ágil, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento de um melhor entendimento da metodologia ágil, perdida ao longo dos ciclos de renovação em decorrência dos management fashions. Assim, procura-se verificar: "quais são as variáveis e os construtos para se sugerir um entendimento dos fundamentos basilares da agilidade (ou da mentalidade ágil)?" e "A literatura que versa sobre metodologia ágil possui “nódulos” ou “clusters” distintos do “Manifesto Ágil” de 2001".
A historiografia do pensamento ágil sugere que as bases do conhecimento relacionado ao conceito de Lean e IID datam da década de 1930, marcado pelo trabalho de Shewhart (1939), propondo o ciclo PDSA de qualidade. Aliado a esse conceito a adoção do IID - iterative incremental development e o rapid new product development foram fundamentais para criar as bases do lean thinking e, por consequência, as bases do pensamento ágil.
Será adotada uma revisão de literatura pois representam “avaliações críticas de pesquisas já publicadas” e buscam identificar e sintetizar a produção científica relevante sobre um tema para avaliar uma questão de pesquisa específica, um domínio de conhecimento, abordagem teórica ou metodologia e, dessa forma, fornecer à comunidade acadêmica uma compreensão do estado da arte em relação a um tema (PALMATIER et al., 2018), buscando desenvolver estruturas conceituais (conceptual frameworks) para reconciliar e/ou estender pesquisas anteriores e descrever percepções e identificar lacunas.
Os achados da análise bibliométrica permitiram a identificação dos principais trabalhos que antecederam o Manifesto Ágil adotado como marco desta revisão da literatura. Por meio da resultado da análise de conteúdo foram identificados os principais termos, conceitos, teorias e abordagens com a maior incidência na bibliografia selecionada. No que tange às variáveis, os resultados propõem a existência de 27 variáveis (V01 – V27) agrupadas em quatro dimensões, resultando em uma proposta de construto para "os fundamentos basilares do pensamento ágil".
Os resultados alcançados preenchem uma lacuna no atual estado da arte na gestão de projetos, pois trabalhos que versaram sobre as preocupações do futuro dos management fashion. Sugere-se que a metodologia ágil não é um contraponto ao processo industrial, mas adaptado, derivado e com as suas bases fundamentais originadas deste. Os fundamentos basilares da mentalidade ágil gestados nos sistemas de melhoria de qualidade e do Sistema Toyota de Produção (TPS) sempre estiveram presentes, tendo sofrido apenas variações de nomenclatura para se adaptarem aos movimentos de management fashion.
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