Resumo

Título do Artigo

Indústria 5.0: humanização, resiliência e sustentabilidade são a nova revolução?
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Palavras Chave

Indústria 5.0
Quinta revolução industrial
Indústria 4.0

Área

Tecnologia da Informação

Tema

Transformação Digital e Novos Negócios Digitais

Autores

Nome
1 - Michele Kremer Sott
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS (UNISINOS) - Porto Alegre
2 - Kadigia Faccin
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS (UNISINOS) - Programa de Pós-Graduação em Administração

Reumo

A quinta revolução industrial, atrelada ao conceito de Indústria 5.0, originou-se com o objetivo de suprir lacunas da Indústria 4.0. O conceito busca reconhecer a centricidade humana nas organizações, e é relacionado a objetivos sociais, de resiliência e prosperidade. O bem-estar humano e a proteção ambiental caracterizam a simbiose central da quinta revolução. O movimento 5.0 ainda é recente e diversas discussões teóricas permeiam a literatura do campo de estudo, principalmente em tentativas de compreender o conceito e as particularidades que compõem a Indústria 5.0.
Apesar da importância dos elementos atrelados a Indústria 5.0, o conceito tem gerado discordâncias sobre seu significado e abrangência. A partir deste problema, este estudo foi construído com o objetivo de investigar o que se sabe sobre a Indústria 5.0 e os elementos que a constituem. Para tanto, foi realizada uma bibliometria apoiada por uma revisão sistemática da literatura, de cunho crítico-reflexivo, com base em pesquisas anteriores que investigaram o conceito, a fim de compreender seus elementos-chave e discutir a necessidade – ou não – da nova revolução.
As revoluções industriais sempre foram marcadas por grandes transformações, como a energia a vapor (primeira revolução), a eletricidade e o petróleo (segunda revolução), o computador e a Internet (terceira revolução), e o surgimento de novas tecnologias digitais (quarta revolução) (Callaghan, 2019). A incipiente quinta revolução industrial é ancorada pela centricidade humana, pela sustentabilidade e pela resiliência, e pode ser vista como uma bioeconomia que integra ecologia, indústria e economia para gerar produtos e serviços de alto valor agregado (Madsen e Berg, 2021).
Enquanto as revoluções anteriores foram marcadas por grandes transformações, parece não haver mudança significativa que justifique a quinta revolução. Percebe-se na literatura que as justificativas e os elementos que dão forma a Indústria 5.0 são discutidos no contexto da Indústria 4.0 a muito tempo. Se inicialmente a sustentabilidade, a resiliência e o bem-estar social foram fatores negligenciados nos estudos da quarta revolução industrial, estudos recentes apresentam ações que visam tornar os processos organizacionais mais sustentáveis, resilientes e humanos.
Os elementos atrelados a Indústria 5.0 parecem insuficientes para dar forma as engrenagens de uma nova revolução industrial. O movimento 5.0 pode facilmente ser entendido como uma evolução da Indústria 4.0 sem, necessariamente, caracterizar uma revolução da indústria. Enquanto as revoluções anteriores foram marcadas por inovações tecnológicas, o conceito de Indústria 5.0 parece permear o âmbito ambiental, educacional e diplomático. As vulnerabilidades da Indústria 4.0 não parecem suficientemente fortes para justificar a criação de um novo e prematuro conceito.
Callaghan, C.W. Transcending the threshold limitation: A fifth industrial revolution? Manag. Res. Rev. 2019, 43, 447–461 Madsen, D. Ø., & Berg, T. (2021). An exploratory bibliometric analysis of the birth and emergence of industry 5.0. Applied System Innovation, 4(4), 87.