Planejamento de Ensino (cursos, programas, disciplinas, aulas e avaliação)
Autores
Nome
1 - Celimara Gamba Lima UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL (USCS) - PPGA - Stricto Sensu - Administração
2 - Agnaldo Goncalves UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL (USCS) - PPGA
3 - Denise de Oliveira Alonso UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL (USCS) - Programa de Pós-Graduação em Administração
4 - Celso Machado Jr. UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL (USCS) - Stricto Sensu
Reumo
As universidades oferecem serviços de formação profissional, que por sua natureza intangível, são acompanhados pelas incertezas dos alunos quanto à qualidade do que é recebido. Esta qualidade é simbolizada pela relação entre as expectativas e a satisfação do aluno. O isolamento social imposto pela pandemia forçou a súbita migração do ensino presencial para o remoto, o que impossibilitou aulas práticas e clínicas, modificou a metodologia de ensino e de avaliação de rendimento às quais o alunado estava adaptado, constituindo-se fator de influência sobre a percepção de satisfação e de qualidade.
Como o plano estratégico para a manutenção dos serviços da IES durante a Pandemia-Covid-19 influenciou a satisfação dos estudantes com as aulas e provas? O objetivo deste estudo foi analisar a percepção de satisfação dos alunos do curso de medicina ao plano estratégico de adaptação das atividades acadêmicas ao ambiente virtual. Utilizar o modelo de contingência imposto pela Pandemia-Covid-19 no sistema educacional justifica-se para avaliar a influência de decisões estratégicas na percepção do alunado e potencializar a identificação de fragilidades e oportunidades na gestão acadêmica.
Para o enfrentamento da situação, as instituições utilizaram-se de tecnologias como alternativa imediata. A educação remota se baseia no desenvolvimento de atividades educacionais utilizando tecnologias digitais para comunicação em tempo real. Apesar de manter o vínculo entre alunos e professores, mitigando efeitos no processo de formação, não se configura como a melhor modalidade para o desenvolvimento de habilidades práticas e clínicas, nas quais o modelo presencial ainda é preponderante. Foi necessário desenvolver novos processos de avaliação, tornando essa ação ainda mais desafiadora.
Pesquisa descritiva e documental, buscou descrever o plano estratégico para manutenção das aulas na pandemia e analisar as opiniões dos estudantes de 1º à 5º semestres de medicina. Para a coleta de informações sobre a satisfação dos alunos utilizou-se variáveis ordinais oriundas de questões de escala tipo Likert e de questões abertas recortadas do banco das Avaliações Institucionais de novembro de 2019 e de junho de 2020. Para o tratamento estatístico utilizou-se o teste de correlação de Spearman e análise de variância de Friedman, além da técnica de análise de conteúdo temática.
Com relação à satisfação com as aulas presenciais antes da pandemia, os alunos se mostraram satisfeitos, mas quanto ao volume, aprofundamento e importância dos conteúdos mostraram-se insatisfeitos. Este aspecto pode justificar o fato de que os alunos mostraram-se mais satisfeitos com as aulas remotas na pandemia do que com as presenciais (p<0,05). As fortalezas da prova remota apontadas foram: coerência, integração e rápida adaptação das questões dentro do semestre. As fragilidades foram: elaboração do enunciado, limite de linhas para resposta e prova muito extensa.
A gestão do plano estratégico mostrou-se dinâmica e participativa, resultando em ajustes que foram absorvidos pelos estudantes, representados pela satisfação com as aulas remotas, mesmo na impossibilidade de realização de atividades práticas, e pela adaptação das questões da prova ser citada como fortaleza, mostrando que a expectativa do estudante é favorável a processos inovadores e participativos, priorizando aulas e provas que exijam raciocínio coerente com os conteúdos e relacionadas com a prática profissional.
Nardes et al. (2021). A implantação de um modelo de gestão de pessoas com base na gestão por competências em uma instituição de ensino superior privada. Revista Gestão Organizacional, 14(2), 69–94.
Pereira Filho et al. (2019). Factores que crean una ventaja competitiva: consonancias y diferencias entre gestores y estudiantes de instituciones educativas. Contaduría y administración, 64(3), e111.
Vaz & Fossatti (2022). Gestão universitária em tempos de pandemia: decisões ágeis adotadas por uma instituição de ensino superior. Revista Humanidades e Inovação, 8(59), 137–148.