5 - Agostinho Celso Pascalicchio UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - Escola de Engenharia
Reumo
O número de fusões ou aquisições no setor de saúde no Brasil tem observado um crescimento considerável nos últimos anos, principalmente entre 2018 e 2020, o qual representa o período de pandemia da COVID-19. O ano de 2020 é considerado um ano histórico para o setor, com a realização de um número massivo de transações. Nesse ínterim, o ano de 2021 e o ano de 2022 seguem no ritmo de grandes investimentos, com fusões entre grandes corporações do setor de saúde marcando o início de 2022, como é o caso da fusão entre Hapvida com Notre Dame , e Rede D’OR com SulAmérica Seguros.
No entanto o número de trabalhos, analisando esse cenário, está aquem da relevância do tema para a sociedade. Em adição a esse problema, as bases de dados desses eventos são pouco consistentes, apresentando diferenças relevantes entre elas, não só na quantidade, como no valor das transações ou simplesmente com informações que diferem de base para base.
Deste modo, o presente trabalho tem por objetivo retratar o histórico das transações mais relevantes no setor de 2004 a 2021, por meio de um levantamento bibliográfico e da construção de indicadores dos resultados das fusões e incorporações.
Para Fiorentino et al. (2016) a consolidação de empresas, tem impacto positivo para stakeholders, por meio da junção eficiente de tecnologias, serviços e estratégias.
A consolidação deve trazer benefícios, como:
• disseminação de boas práticas administrativas;
• maior eficiência operacional;
• expansao dos investimentos no setor;
• aumento do número de consumidores;
• maior espalhamento geográfico.
Poucas publicações foram encontradas, com destaque para Volpato (2019) que utilizou autonomos celulares para avaliar a consolidação dos planos de saúde entre 2000 e 2017, período pós criação da ANS.
Embora a consolidação de grandes grupos no mercado por meio de fusões e incorporações tenha desencadeado resultados satisfatórios entre os principais grupos de investimento do setor, como aumento sustentado dos ativos e do patrimônio líquido do setor, os resultados para os acionistas em termos de lucros e dividendos ainda deixam a desejar.
A consolidação em larga escala acaba por exigir a abertura de capital das empresas do setor na bolsa de valores, o que faz com que investidores de Private Equity tenham quedas em investimento quando comparados aos investidores de capital aberto.
Entre os achados, está uma lista com as principais transações das empresas consolidadoras do setor, compilando dados de diferentes origens. Um dos resultados esperados do aumento de capital das empresas é a queda da rentabilidade para o acionista (ROE), que adicionalmente costuma demorar a se recuperar devido ao tempo necessário para produzir aumento de eficiência operacional. Soma-se a isso um pacote complexo de incertezas causadas pela pandemia de Covid que produziu resultados muito inferiores em 2021 para as principais empresas do setor.
FIORENTINO, G.; SEBASTIÃO, B.; MATTOS, L. e GRASS, K. Tendência do setor de saúde no Brasil. Bain&Company Inc, São Paulo, 2016.
VOLPATO, Gregory Moyses. A dinâmica das fusões e aquisições no mercado brasileiro de Planos de saúde. Programa de Pós-graduação em economia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos-UNISINOS. Porto Alegre, 2019.