1 - Paula Lopes de Oliveira Maia Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Ribeirão Preto
2 - Geciane Silveira Porto UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Departamento de Administração
Reumo
Nas sociedades modernas, a inovação é um dos fatores fundamentais para o desenvolvimento econômico (Zabala-Iturriagagoitia et al, 2020). Desta forma, a interação entre universidade, indústria e governo - Hélice Tríplice - torna-se o fator primordial para favorecer a inovação (Etzkowitz, 2004). No Brasil, verifica-se que a produção científica e tecnológica, que são a base para o desenvolvimento de inovações, vem crescendo ao longo dos anos, contudo, os Institutos Federais de Educação, ainda necessitam ampliar significativamente sua produção para se consolidarem como instituições de pesquisa.
Tendo em vista que a pesquisa científica e tecnológica é a base para o desenvolvimento de inovações e para a disseminação de novos conhecimentos, e considerando ainda que a cooperação entre universidade, indústria e governo é um fator primordial para o estabelecimento de tais pesquisas, este estudo apresenta o seguinte problema de pesquisa: Qual a estrutura da rede de cooperação científica e tecnológica do IFSULDEMINAS? Como objetivo central pretende analisar a estrutura da rede de cooperação científica e tecnológica do IFSULDEMINAS.
A relação de cooperação entre indústria- universidade-governo, estabelecida pela Hélice Tríplice é capaz de trazer inúmeros benefícios para os stakeholders envolvidos, tais como: a obtenção de novos conhecimentos, o desenvolvimento tecnológico, econômico e social, além da geração de lucros e de vantagem competitiva (Etzkowitz et al, 2005). Desta forma, as redes de cooperação permitem a obtenção e o compartilhamento de recursos e de competências complementares entre os atores envolvidos (Luqueze, 2017).
A pesquisa configura-se como uma pesquisa descritiva, de natureza quantitativa que utiliza a pesquisa documental. Utilizou-se a Web of Science para coleta dos artigos para análise da cooperação científica o Espacenet para análise das parcerias tecnológicas. Utilizou-se a análise de redes sociais (ARS) por meio do software Gephi (Versão 0.9.5 202205022109) para a elaboração das redes e para as análises estatísticas das medidas de centralidade. Os dados foram organizados com o auxílio do Microsoft Excel e do software Openrefine. Ao todo foram analisados 420 artigos científicos e 8 patentes.
As métricas de modularidade, densidade e diâmetro obtidas na rede de cooperação científica sugerem a baixa reincidência de colaborações, com a formação de pequenos grupos. Predominam pesquisas realizadas em conjunto com universidades, totalizando 79,38% das parcerias. As medidas de centralidade grau, intermediação e proximidade apontam USP, UFLA, UNICAMP e UNESP como atores mais centrais e ativos em termos de colaboração. A rede de parcerias tecnológicas ainda é incipiente, contudo já apresenta a cooperação empresa-universidade de forma mais efetiva.
Sobre o resultado das cooperações, obteve-se 8 patentes resultantes das cooperações tecnológicas e 420 publicações científicas relativas às cooperações científicas. Constatou-se que embora o IFSULDEMINAS apresente um número significativo de parcerias científicas, a rede de cooperação ainda pode ser melhor trabalhada, pois apresenta baixa densidade. Sobre a rede de cooperação tecnológica, observou-se que a mesma é incipiente, contudo, apesar da rede ser muito pequena, constatou-se a existência de cooperação empresa-universidade de forma mais efetiva.
Etzkowitz, H., Webster, A., Gebhardt, C., & Terra, B. R. C. (2000). The future of the university and the university of the future: evolution of ivory tower to entrepreneurial paradigm. Research Policy, 29(2), 313-330. Disponível em: https://doi.org/10.1016/S0048-7333(99)00069-4.
Acesso em: 04 mai. 2022.
Freeman, L. C. (1978). Centrality in social networks conceptual clarification. Social networks, 1(3), 215-239. Disponível em: https://www.bebr.ufl.edu/sites/default/files/Centrality%20in%20Social%20Networks.pdf. Acesso em: 01 jun. 2022.