Estratégia em Organizações | Estrategia en organizaciones | Strategy in Organizations
Autores
Nome
1 - Regina Celia Zimmermann da Fonseca PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ (PUCPR) - Curitiba
Reumo
Wooldridge et al. (2008) apresentaram o estado da arte da pesquisa da Média Gerência (MG) na perspectiva estratégica: antecedentes, processos e resultados. Num mundo de organizações globais, onde tecnologia e facilidade de locomoção mudaram controles e níveis de autonomia, os papéis estratégicos da MG foram transformados e evoluem juntamente com as organizações. A MG vem lidando com questões mais complexas, menos recursos, orientação a clientes e a stakeholders, nas organizações contemporâneas e precisa equilibrar demandas sociais com a lógica de lucros, mantendo a flexibilidade operacional
Qual tem sido o papel da MG na estratégia nas organizações contemporâneas? Na busca por maior competitividade; transformação digital; pandemia e isolamento social; sustentabilidade e satisfação de stakeholders; questiona-se: Como o framework proposto por Wooldridge et al. (2008) poderia refletir os papéis estratégicos da MG frente a este contexto, em uma visão de processos e além de desempenho econômico? Este artigo tem o objetivo de revisar a literatura da área e atualizar o framework, propondo novas categorias de resultados: efetividade operacional e de satisfação dos stakeholders.
Baseado na atualização do framework de Wooldridge et al. (2008), sugere-se a realização de estudos empíricos em industrias avaliando as novas categorias de resultados propostas: efetividade operacional e de satisfação dos stakeholders. Os estudos podem ser qualitativos ou quantitativos, sugere-se longitudinal buscando-se observar evolução de indicadores e ainda estudos de caso únicos ou múltiplos.
Obter contribuições que confirmem a atualização do framework de Wooldridge et al. (2008), que propõe duas novas categorias de resultados: efetividade operacional (por exemplo, para unidades industriais: entrega, qualidade, custo, moral e segurança) e satisfação dos stakeholders (como: clientes; funcionários; sociedade), que fundamentam o desempenho em dimensões além da econômica, refletindo melhor o contexto atual e expectativas da sociedade. O framework proposto abre campo para novas pesquisas teóricas e empíricas na abordagem dos papéis estratégicos da MG em organizações contemporâneas
Participação em estudos relacionados a média gerência com contribuições que possam fundamentar empiricamente o framework de Wooldridge et al. (2008) atualizado e refletindo os novos papéis da média gerência em organizações contemporâneas.
Mair, J. (2017). Middle managers and corporate entrepreneurship: Unpacking strategic roles and assessing performance implications. In: Handbook of Middle Management Strategy Process Research. Edward Elgar Publishing.
Rouleau, L., Balogun, J., & Floyd, S. W. (2015). Strategy-as-practice research on middle managers’ strategy work. Cambridge University Press.
Wooldridge, B., Schmid, T., & Floyd, S. W. (2008). The middle management perspective on strategy process: Contributions, synthesis, and future research. Journal of Management 34 (6), 1190–1221.
A média gerência (MG) tem papel chave para o êxito da estratégia. Wooldridge et al. (2008) contribuíram para um entendimento mais amplo da perspectiva da MG nos processos estratégicos, sugerindo um modelo estrutural abrangente, categorizado em: antecedentes, processos e resultados. Quase 15 anos se passaram e o papel de indivíduos da MG na estratégia ainda vem recebendo atenção crescente em estudos acadêmicos. Vaz, Raes & Heyden (2022) demonstraram que o tema está longe de ser esgotado. Em um contexto contínuo de transformações socias, culturais, pandemia e isolamento social, busca por sustentabilidade e satisfação de stakeholders, digitalização, entre outros desafios, questiona-se: como o papel da MG na estratégia em organizações contemporâneas está refletido no framework proposto por Wooldridge et al. (2008)? A MG vem lidando com questões mais complexas, menos recursos, orientação a clientes e a stakeholders, nas organizações contemporâneas e precisa equilibrar demandas sociais com a lógica de lucros, mantendo a flexibilidade operacional. Os papeis da MG são ambíguos e complexos, mas eles são pivôs nas mudanças. Precisam ter: criatividade; são responsáveis diretos pelo aumento da produtividade; resolução de problemas; resultados operacionais; comunicação entre escalões; e satisfação dos funcionários. Com iniciativas de melhoria continua (MC) / Lean Manufacturing (LM) e abordagem de stakeholders, a MG pode realizar resultados além de econômicos. Esta pesquisa explora a literatura recente e propõe uma atualização do framework, inserindo duas novas categorias de resultados: efetividade operacional (entrega, qualidade, custo, moral e segurança) e satisfação dos stakeholders (clientes; funcionários; sociedade), fundamentando desempenho em múltiplas dimensões.