1 - BRUNO BATISTA DE OLIVEIRA Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - São Paulo
2 - Carlos Eduardo Miravete Ferreira Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - São Paulo
3 - Cauã Victor da Silva Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Sao paulo
4 - Lucas dos Santos Costa Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA-FEA-USP)
Reumo
Vínculos de trabalho são altamente influenciados por diversos fatores interpessoais de todos os indivíduos que trabalham. Esses fatores trabalham em conjunto para criar e manter uma ligação específica. Em muitos casos este vínculo é a aquiescência, ou melhor, a coercitividade causada em função da completa falta de alternativas que um indivíduo possui em relação a algo em determinado momento, que inibe o trabalhador de se importar com o trabalho (Klein et al, 2012).
Tendo em vista que fatores interpessoais são fundamentais para o entendimento da causa de aquiescência com a empresa, porém não se sabe a que ponto eles aumentam ou diminuem a intensidade deste vínculo. Tais fatores se manifestam, por exemplo, no contexto: moradia, família e intersecção social. Logo, a aquiescência, como uma conexão problemática, tange estruturas básicas da sociedade. Esta pesquisa, portanto, busca analisar como fatores de condições de moradia, interseccionalidade e atribuições familiares influenciam os vínculos psicológicos à aquiescência.
Aquiescência é um vínculo psicológico evidenciado pela ausência de apego emocional ao que está vinculando, tendo como característica principal a coercitividade das ações a ele associadas (Klein et al., 2012). Estas influências podem, entre outras, estar relacionadas às condições de moradia de um trabalhador. Já que no que diz respeito à acessibilidade (Özüekren et al., 2010). Ambos os casos se conectam com o fator renda, porque a alienação, falta de opções, com a organização vêm do medo de se perder estabilidade financeira (Penley at el., 1988)
A técnica de análise de dados utilizada foi a modelagem de equações estruturais (análise de caminhos) para os focos de aquiescência escolhidos para este artigo. Foram utilizados apenas o primeiro item do contínuo de vínculos de Klein et al. (2022). Dessa forma, não foi possível calcular os indicadores de confiabilidade e validade convergente. que serão apresentados nas publicações de validação dessas medidas. Os dados foram analisados utilizando o RStudio® com o pacote do lavaan.
H1:as condições de moradia influenciarem vínculos é parcialmente verdade;
H2: postula que o aumento de atribuições no contexto familiar é responsável por aumentar a aquiescência com trabalho. Contudo, esse resultado não pode ser observado para nenhuma das variáveis testadas;
H3: destaca que o contexto interseccional é responsável por aumentar o nível de aquiescência com trabalho. É possível destacar que o acúmulo de marcadores de interseccionalidade está associado a um aumento de aquiescência.
Por fim, é possível concluir que o presente estudo não conseguiu apontar uma variável do contexto familiar que pudesse alterar significativamente o nível de aquiescência com trabalho. Isso foi realizado em relação ao contexto interseccional, de maneira mais discreta, e de maneira muito enriquecedora para o contexto de moradia.
Howard J. Klein e colegas: Assessing workplace bonds beyond commitment: Development of target neutral scales for identification, instrumental and acquiescence bonds
Özüekren, A. S., & Van Kempen, R. (2002). Housing careers of minority ethnic groups: Experiences, explanations and prospects. Housing studies, 17(3), 365-379.
Pevalin, D. J., Reeves, A., Baker, E., & Bentley, R. (2017). The impact of persistent poor housing conditions on mental health: A longitudinal population-based study. Preventive medicine, 105, 304-310.