Resumo

A revolução 4.0 está cada vez mais presente nas relações de trabalho nas organizações, trazendo mudanças substanciais em relação aos modelos tradicionais de trabalho, gerando fenômenos próprios desta revolução e um dos mais evidentes é a uberização. A uberização é um fenômeno que surgiu em conjunto a substituição da mão de obra nas indústrias e consiste em uma nova forma de organizar, gerenciar e controlar o trabalho (Abílio, 2019). O trabalho por aplicativos uberizados vem ganhando grande adesão no Brasil. Os estudos sobre as relações de trabalho ainda são pouco explorados neste setor.

Os estudos sobre as relações de trabalho ainda são pouco explorados nesse setor, trazendo à tona a seguinte pergunta de pesquisa: Quais as influências da uberização nas relações de trabalho dos motoboys de aplicativos? Diante disso o objetivo da pesquisa em questão é compreender os impactos da uberização nas relações de trabalho dos motoboys de aplicativos.

A Uberização é atualmente um dos fenômenos mais recentes e influentes em todo mundo, e teve sua popularização com o aplicativo de transportes Uber. É um meio utilizado por diversos aplicativos de diversos segmentos (Abílio, 2019).É possível conceituar a Uberização como uma nova forma de organização, gestão e controle do trabalho, que vem ganhando notoriedade no mundo (Abílio, 2019). Apesar de controlar o trabalho, os aplicativos não apresentam formalização do trabalho junto aos trabalhadores, participando como uma plataforma mediadora das demandas de serviço (Franco e Ferraz, 2019).

Para a realização desse estudo foi utilizado uma abordagem qualitativa, de caráter descritivo utilizando-se do método de pesquisa semiestruturada para melhor compreensão do fenômeno entre os trabalhadores. É importante também a definição de uma técnica para análise de dados. Sendo assim, a técnica que contempla da melhor maneira os dados obtidos nas entrevistas será a análise de conteúdo.

O primeiro ponto que fica evidente nas entrevistas dos candidatos é o público alvo de trabalhadores. A maioria está na faixa de 20 a 30 anos e tiveram poucas oportunidades no mercado ou são profissionais pouco qualificados. Também foi evidenciado o quão diferente são as relações de trabalho dos aplicativos de delivery, em relação aos trabalhos tradicionais, regidos pela CLT, não seguindo leis protecionistas previstas na CLT e precarizando o trabalho. As principais vantagens na visão dos trabalhadores são a flexibilidade e a remuneração. As desvantagens são falta de seguridade e a precarização.

Observou-se que o público alvo foram jovens e profissionais com baixa qualificação. E que as relações de trabalho uberizadas trouxeram precarizações no trabalho, não seguindo legislações protecionistas ao trabalhador, além de evidenciar as diferenças das relações tradicionais de trabalho, trazendo consigo algumas vantagens e muitas desvantagens na visão do trabalhador.

Abilio, L. C. (2019). Uberização: Do empreendedorismo para o autogerenciamento subordinado. Psicoperspectivas, 18(3), 41-51. https://dx.doi.org/10.5027/psicoperspectivas-vol18-issue3-fulltext-1674. Sabino, A. M., & Abílio, L. C. (2019). Uberização- Empreendedorismo como novo nome para a exploração. Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano, 2(2). https://doi.org/10.33239/rtdh.v2i2.53 Franco, D. S., & Ferraz, D. L. S. (2019). Uberização do trabalho e acumulação capitalista. Cadernos EBAPE. BR, 17, 844-856. http://dx.doi.org/10.1590/1679-395176936