Resumo

Título do Artigo

Capacidades e desempenho: tipos, relações e temporalidade
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Palavras Chave

capacidades dinamicas
capacidades ordinárias
desempenho

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Economia de Empresas, Instituições e Organização Industrial

Autores

Nome
1 - Renata Barcelos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - CEPEAD
2 - Allan Claudius Queiroz Barbosa
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - FACE

Reumo

O presente artigo busca articular teoricamente as temáticas do desempenho e das capacidades das firmas de forma ampla – incluindo capacidades dinâmicas e ordinárias – e é motivado pela grande ênfase dada às capacidades dinâmicas atualmente no campo da economia e da estratégia como condições fundamentais para o desempenho das empresas. Tal fato tem conduzido à delineação de uma visão baseada em capacidades mas que não permitiu que outros tipos de capacidades (como as ordinárias) tivessem tratamento investigativo apropriado no processo de produção de desempenho.
A seguinte pergunta geral orientou a investigação teórica aqui conduzida: como as capacidades geram o desempenho das firmas e qual papel cabe às capacidades dinâmicas e às capacidades ordinárias nesta relação? A pergunta se justifica a partir da maior relevância teórica dada às capacidades dinâmicas, às quais não respondem à proposta ‘penroseana’ de que a firma precisa de processos mais ou menos estáveis para a geração de riqueza. Além disso, estudos divergentes sobre o impacto das capacidades dinâmicas no desempenho demonstram um deficit teórico na explicação da relação entre os construtos.
O estudo baseia-se em estudos teóricos e empíricos acerca das capacidades dinâmicas e ordinárias, provenientes tanto do campo da economia quanto da administração. Em alguns deles, evidencia-se que as capacidades dinâmicas não podem gerar desempenho no curto prazo, enquanto outros, confirmam que esta relação existe. Há estudos que ainda relacionam conhecimento e aprendizado como geradores diretos do desempenho. Estudos sobre desempenho são investigados e denotam a grande variedade de explicação do fenômeno, o que exige esclarecimentos para a construção de modelos de pesquisa sobre os elementos
O esforço de articulação entre ideias divergentes demonstrou a necessidade de fortalecimento de uma teoria geral de capacidades ainda em nível macro. Em especial, a valorização de capacidades ordinárias mostra-se necessária para a explicação de tipos específicos de desempenho. Um modelo prévio de relação entre recursos, conhecimento e capacidades na geração do desempenho foi revisado e uma proposta de um modelo geral que considere relações temporais entre os construtos analisados foi sugerido. Foi esclarecido o potencial de relação entre capacidades e desempenho no curto e longo prazos.
A ambidestria foi concluída como a orquestração entre capacidades dinâmicas e ordinárias, as quais oferecem maior potencial explicativo do desempenho do que uma teoria que contemple apenas capacidades dinâmicas. Os modelos propostos na discussão teórica parecem ter alto valor explicativo e consolidador da complexidade dos temas investigados e deixam elementos fundamentais para a organização de estudos futuros, seja pela clareza da necessidade de se delimitar o tipo de desempenho investigado ou pela clareza da explicação do fator temporal na relação entre capacidades e desempenho.
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