Resumo

Título do Artigo

ABORDAGENS DO ALUNO À APRENDIZAGEM: Uma Avaliação sobre o Emprego do Método de Casos de Ensino em Administração
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Palavras Chave

Abordagem do Aluno à Aprendizagem
Casos de Ensino
Administração

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Experiências no ensino-aprendizagem

Autores

Nome
1 - SARAH RENATA MENEZES E SILVA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
2 - Serafim Firmo de Souza Ferraz
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade FEAAC

Reumo

A Administração é uma profissão que requer a atuação em problemas de naturezas diversas imersos em ambientes heterogêneos, de oscilações e de imprevisibilidade de mudanças (ARAÚJO et al., 2012). O aluno deve ser capaz de aplicar a teoria na prática organizacional para lidar com a complexidade e a variedade de áreas de atuação. Faz-se necessário utilizar metodologias de ensino que estimulem o aluno a se engajar na sua própria aprendizagem, maximizar habilidades e desenvolver competências (abordagem à aprendizagem profunda). Os casos de ensino são um tipo de metodologia ativa com esse intuito.
Podem os casos de ensino contribuir para que o aluno opte por uma abordagem à aprendizagem profunda? O objetivo desse estudo é verificar como a utilização de casos de ensino pode se relacionar com as abordagens à aprendizagem em alunos do curso de Administração. Pretende-se identificar relações entre a utilização de casos de ensino e (I) a abordagem dos alunos à aprendizagem profunda, e (II) abordagem dos alunos à aprendizagem superficial. Hipóteses: (H1) associação positiva entre casos de ensino e abordagem profunda; (H2) associação negativa entre casos de ensino e abordagem superficial.
Abordagem do aluno à aprendizagem é o comportamento (motivação e estratégia) do estudante em relação aos seus estudos. Podem ser de dois tipos: superficial e profunda. Na abordagem superficial, o aluno apenas memoriza e tem o mínimo de esforço. Na abordagem profunda, ele se engaja no próprio aprendizado, se corresponsabilizando (BIGGS; KEMBER; LEUNG, 2001). Os casos de ensino expõe situações reais com o objetivo de levar os alunos à discussão sobre tomada de decisão e resolução de problemas. A metodologia estimula a corresponsabilização do aluno pelo aprendizado (ARAGÃO; SANGO, 2007).
Experimento em duas etapas, com os mesmos indivíduos e sem grupo de controle (pesquisa longitudinal). Universo amostral de 67 alunos. Etapa quantitativa: foi usado o Questionário Revisado de Processo de Estudo (R-SPQ-2F), de Biggs, Kember e Leung (2001), aplicado nas disciplinas Gestão de Pessoas 1 e 2 do curso de Administração Noturno da UFC, no início e no final do semestre, após a utilização de casos de ensino. Amostragem de 38 alunos. Análise dos resultados com SPSS e Excel. Etapa qualitativa: entrevistas (8 questões abertas) com 14 alunos (maiores gaps). Análise de conteúdo com ATLAS.ti.
Verificou-se que não houve associação entre casos de ensino e abordagem profunda em GP1 e houve associação negativa em GP2. Esse resultado rejeitou a hipótese H1. A abordagem superficial apresentou associação negativa com os casos de ensino em ambas as turmas, o que confirma a hipótese H2. Nas entrevistas, observou-se os principais fatores prejudiciais: timidez; cansaço; percepção sobre o professor; polarização das discussões; conhecimento e preparação prévios; disponibilidade; rateio de questões; acúmulo, adaptação e complexidade de atividades; e avaliação.
Os casos de ensino contribuíram para a motivação e a estratégia profundas, estimulando a participação ativa dos alunos e sua corresponsabilização pelo próprio aprendizado. Porém, algumas características dos estudantes e do professor, o contexto de ensino e as próprias atividades podem contribuir para que todo o potencial da metodologia não seja alcançado. Conclui-se que a metodologia de casos pode favorecer a abordagem profunda do aluno à aprendizagem, mas, para isso, é necessário tomar alguns cuidados e medidas para que os benefícios não sejam minimizados, mas sim maximizados.
BIGGS, J.B.; KEMBER, D.; LEUNG, D.Y.P.. The revised two‐factor study process questionnaire: R‐SPQ‐2F. British journal of educational psychology, v. 71, n. 1, p. 133-149, 2001. BORDENAVE, J.D; PEREIRA, A.M. Estratégias de ensino-aprendizagem. 32. ed., Petrópolis: Vozes, 2011. GIL, A.C. Didática do ensino superior. 1. ed., São Paulo: Atlas, 2010. GRAHAM, A. Como escrever e usar estudos de caso para ensino e aprendizagem no setor público. Brasília: ENAP, 2010. SCHÖN, Donald A. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2009.