Resumo

Título do Artigo

RECURSOS E PRÁTICAS ESTRATÉGICAS DE ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DE COVID-19 NO SETOR DE RESÍDUOS SÓLIDOS
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Palavras Chave

Recursos estratégicos
Práticas estratégicas
Resíduos sólidos

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Estratégias Organizacionais em Pandemia e Pós-Pandemia

Autores

Nome
1 - Johnnata Cavalcante Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Programa de Pós-Graduação em Administração e Controladoria - PPAC
2 - Adriana Barbosa de Sousa Nunes
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - PPAC
3 - Márcia Zabdiele Moreira
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC

Reumo

No artigo, adota-se o entendimento de recursos estratégicos, uma vez que eles são responsáveis pela geração de valor econômico e pela sustentação de vantagens competitivas no longo prazo, assim como podem auxiliar na prevenção e no melhor enfrentamento de eventos negativos na vida das organizações (Crook, Ketchen Jr., Combs, & Todd, 2008; Vardarlier, 2016; Wiersema, 2019). Mais especificamente, esta pesquisa considera o cenário mundial da pandemia de COVID-19 e os seus reflexos na aplicação de recursos dessa natureza para a sobrevivência de uma empresa cearense no setor de resíduos sólidos.
O cenário mundial da pandemia de COVID-19 trouxe consequências para diversos setores da economia, não sendo diferente para as empresas prestadoras de serviços, como a limpeza urbana e a coleta de resíduos sólidos. Além disso, dados do Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (SERLUB) apontam o acúmulo de R$ 18 bilhões em pagamentos não realizados pela gestão dos municípios à essas empresas. Objetivo geral: Investigar como se configura a aplicação de recursos estratégicos, em uma empresa cearense de resíduos sólidos, em práticas estratégicas de enfrentamento à pandemia de COVID-19.
No artigo, são aprofundadas as definições e os principais elementos associados aos recursos estratégicos, tendo como base o estudo de Barney (1991). Na apresentação da abordagem da estratégia como prática, são descritos os seus três elementos principais, conforme Whittington (2006). A articulação entre as 2 teorias reflete o interesse que alguns pesquisadores da TBR começaram a desenvolver por aspectos micro da estratégia, desenvolvendo um novo foco sobre as formas como os indivíduos interagem para formar efeitos coletivos nas capacidades, recursos e rotinas organizacionais (Regnér, 2015).
A pesquisa possui natureza qualitativa e exploratória. Nela, foi desenvolvida um estudo de caso único em uma empresa cearense que atua na coleta, transporte e tratamento de resíduos sólidos há mais de 20 anos. Para coleta dos dados, foram aplicadas as técnicas: fotografias, observação direta e entrevista semiestruturada. Os pesquisadores tiveram como foco o que os indivíduos fazem em seus papéis organizacionais, as pessoas com quem eles interagem, os espaços onde ocorrem essas interações e as ferramentas que utilizam no strategizing de enfrentamento à pandemia (Smets et al., 2014).
A composição dos episódios de práxis descritos compreende desde ações propostas pela OMS, até atividades que atribuem um papel mais ativo aos funcionários da empresa no combate à pandemia. Em essência, o conjunto apresentado de práticas estratégicas é reflexo de uma série de decisões gerenciais e operacionais (Santos & Silveira, 2015) executadas para atender as várias exigências dos órgãos responsáveis pela fiscalização das empresas do setor, mas também para garantir a própria existência da empresa frente à pandemia. Além disso, foi identificado um conjunto de seis praticantes estratégicos.
O artigo ilustrou a complexidade das relações que podem ser traçadas entre aspectos de natureza micro e macro da pesquisa em Estratégia. Ao considerar a aplicação dos recursos estratégicos, cuja origem advém dos princípios da (TBR), na elaboração e na execução de práticas estratégicas, foi possível realçar como as decisões e as ações dos atores em uma organização estão incorporadas em sistemas sociais mais abrangentes. No caso analisado, identificou-se como a empresa organizou as suas principais atividades e recursos, já disponíveis, para se adequar às imposições da crise da COVID-19 no estado
Barney, J. B. (1991). Firm resources and sustained competitive advantage. Journal of Management, 17(1), 99-120. Whittington, R. (2006). Completing the practice turn in strategy research. Organization Studies, 27(5), 613-634. Regnér, P (2015). Relating strategy as practice to the resource-based view, capabilities perspectives and the micro-foundations approach. In D. Golsorkhi, L. Rouleau, D. Seidl, & E. Vaara (Eds.). Cambridge Handbook of Strategy as Practice, 301-316.