Resumo

Título do Artigo

O PAPEL INTERMEDIÁRIO DAS EMPRESAS JUNIORES NA INTERAÇÃO UNIVERSIDADE-EMPRESA: O CASO CATARINENSE
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Palavras Chave

Interação Universidade-Empresa
Agente intermediário
Empresa Junior

Área

Gestão da Inovação

Tema

Redes de Cooperação, Ecossistemas e Ambientes de Inovação

Autores

Nome
1 - Ana Maria Simões Ribeiro
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - CSE
2 - Rafaela Escobar Burger
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - Programa de Pós Graduação em Administração
3 - Silvio A. F. Cario
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - Programa de Pós Graduação em Administração

Reumo

A aproximação entre IES e empresas tem sido uma forma encontrada por vários países de adequar os recursos humanos formados à realidade do mercado. Em SNIs fragilizados, as condições institucionais para o aprendizado e difusão de conhecimento são fragmentadas e escassas. No Brasil, as empresas demonstram baixo comprometimento frente às questões tecnológicas. Nas IES, escassos recursos são especificamente direcionados para o ensino, pouco restando para inovação e P&D. Diante disso, surge a necessidade de análise de mecanismos que que possam estimular a aproximação U-E.
Uma das organizações que podem atuar nesse sentido são as Empresas Juniores, que proporcionam aprendizado e experiência para alunos de graduação, por meio de relações com empresas. Apesar da sua relevância, a literatura sobre EJ ainda permanece escassa e pouco explorada Bevanger e Visentini (2016). Considerando o cenário e as lacunas teóricas acerca dessa temática, o presente trabalho se propõe a investigar de que forma as empresas juniores atuam como agentes de interação universidade-empresa, no estado de Santa Catarina.
No Brasil, o sucesso das interação U-E acontece apenas em “pontos de interação”, com alguns casos que alcançaram resultados satisfatórios, baseados em estratégias de colaboração U-E (SUZIGAN; ALBUQUERQUE, 2008). Essa característica do SNI brasileiro intensifica a importância de ações como a promoção da interação U-E (FISCHER et al., 2018) para fortalecimento das instituições e desenvolvimento socioeconômico. Com o objetivo de reduzir as dificuldades e as distâncias entre as IES e as empresas, as universidades estão buscando promover relações por intermédio de agentes, instituições-ponte.
A pesquisa é de natureza qualitativa, do tipo exploratória, adotando o estudo de caso com múltiplas unidades de análise como estratégia. Os dados foram coletados em duas etapas, a partir de entrevistas semiestruturadas, questionários e análise documental. Primeiro foram conduzidas entrevistas com indivíduos com cargo de direção e gerência das EJ. A partir da análise das entrevistas emergiram duas principais categorias de análise: Principais características da interação; e Benefícios para os agentes envolvidos. Com base nos dados das entrevistas, foi aplicado um questionário com as EJs.
Das 50 empresas federadas à FEJESC, 37 responderam à pesquisa, para descrever quais tipos e formas de interações são conduzidas com as empresas do mercado. Verificou-se a existência de diferentes formas de interação das EJ com as empresas de mercado, que foram segmentados em dois tipos: relações comerciais e parcerias. Além disso foram identificados os benefícios do exercício das empresas juniores para as universidades, para as empresas e para o estreitamento da relação U-E.
As empresas juniores possuem o potencial de ser colocada como mecanismo intermediário para o desenvolvimento da interação U-E e, apesar disso, são negligenciadas tanto nas próprias instituições de ensino como na literatura que trata acerca dessa temática. Em função disso, ressalta-se o papel das EJs na promoção e aproximação entre universidades e empresas, iniciativa que deve ser estimulada visto que complementa o ensino a partir da utilização dos preceitos do learn by doing, atividade que por sua vez é colocada como elemento central de um Sistema Nacional de Inovação.
FISCHER, B. B.; SCHAEFFER, P. R.; VONORTAS, N.; QUEIROZ, S. Quality comes first: university-industry collaboration as a source of academic entrepreneurship in a developing country. Journal of Technology Transfer, v. 43, n. 2, p. 263–284, 2018. VILLANI, E.; RASMUSSEN, E.; GRIMALDI, R. How intermediary organizations facilitate university–industry technology transfer: A proximity approach. Technological Forecasting and Social Change, v. 114, p. 86–102, 2017.