Resumo

Título do Artigo

ANÁLISE DA INTENÇÃO DE AÇÃO PRÓ-SOCIAL FRENTE A INICIATIVAS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA DE GRUPOS COM TRANSTORNOS MENTAIS
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Palavras Chave

Economia Solidária
Saúde Mental
Intenção de Compra

Área

Marketing

Tema

Consumo, Materialismo, Cultura e Sociedade

Autores

Nome
1 - FELIPE TEIXEIRA GENTA MARAGNI
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Departamento de Administração
2 - KAVITA MIADAIRA HAMZA
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Administração

Reumo

O vínculo entre a economia solidária e o tratamento mental teve como consequência a criação de diversos Empreendimentos de Economia Solidária e Saúde Mental (EESSM) no Brasil, possibilitando a reconquista de uma identidade social para tantas pessoas antes desprovidas de oportunidades de trabalho e de acesso a instâncias da sociedade. Uma questão que surge é como se dá a decisão de compra por consumidores perante um EESSM, analisada aqui como uma intenção pró-social, visto que, ao adquirir produtos feitos por ESSMs, o consumidor está contribuindo para o desenvolvimento de grupos marginalizadas.
O trabalho tem como objetivo principal analisar qual entre duas estratégias de divulgação de EESSMs suscita maior intenção de ajuda pró-social, o que pode auxiliar campanhas futuras de promoção desses empreendimentos. Adicionalmente, este trabalho traz uma revisão bibliográfica relevante sobre o tratamento da saúde mental baseado na economia solidária. Por fim, o trabalho pretende aumentar o awareness sobre geração de trabalho, renda e inclusão social de pessoas com transtornos mentais, e, mesmo que apenas levemente, contribuir para a melhoria de vida dessas pessoas.
Diversos são os fatores que levam uma pessoa a realizar uma ação pró-social. Porém, estudos apontam que sentimentos de altruísmo são, em geral, mais eficazes para suscitar a intenção de ajuda pró-social em indivíduos do que sentimentos de egoísmo (BATSON; COKE, 1981). Schwartz (1977), e Steg e De Groot (2010) indicam uma sequência de etapas que levam uma pessoa à intenção de ajuda pró-social (modelo de ativação de normas): 1 - Percepção do problema; 2 - Atribuição de responsabilidade ou eficácia do resultado; 3 - Ativação das normas pessoais; 4 - Intenção de ajuda.
Dois cenários-base foram elaborados: Cenário 1: Foco na operação de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS); Cenário 2: Foco na história de vida de uma pessoa esquizofrênica. Um questionário online foi montado e distribuído para dois grupos de pessoas, casa qual recebendo um dos cenários como texto-base. Cada seção de perguntas do questionário buscava entender quais sentimentos prevaleciam no grupo e o grau ativação para cada uma das quatro etapas do modelo de ativação de normas. Busca-se entender quais as diferenças na formação de intenção de ajuda pró-social suscitadas por cada cenário.
O cenário 1 suscitou maiores sentimentos de empatia/altruísmo nos respondentes, e, em geral, maiores níveis de percepção de problema, eficácia do resultado e intenção de ajuda (alfa = 95%, p < 0.05). Na maior parte das perguntas, no entanto, não foi observada diferença significativa entre os dois cenários (alfa = 95%, p > 0.05). A pesquisa também permitiu comprovar, por meio de testes de Sobel, uma relação de mediação entre dois grupos de três fatores previstos pelo modelo de ativação de normas, conforme proposto por Steg e De Groot (2010)
Os resultados indicam que ambas as estratégias (foco no CAPS e foco no personagem esquizofrênico) são relevantes, mas a primeira parece ser levemente superior. É a estratégia que evoca mais fortemente sentimentos de empatia e intenção pró-social, fatores decisivos para a realização concreta da ação pró-social. Assim, é a estratégia mais recomendada para promoção e divulgação de Empreendimentos de Economia Solidária e Saúde Mental.
BATSON, C. D.; COKE, J. S. Empathy: A Source of Altruistic Motivation for Helping? In J. P. Rushton & R. M. Sorrentino (Eds.). Altruism and helping behavior, Hillsdale, NJ: Erlbaum, p. 167–187, 198. SCHWARTZ, S. H. Normative influences on altruism. In L. Berkowitz (ed.). Advances in experimental social psychology, New Yor, NY: Academic Press, v. 10, pp. 221–279, 1977. STEG, L.; de GROOT, J. Explaining prosocial intentions: Testing causal relationships in the norm activation model. British Journal of Social Psychology, v. 49, pp. 725–743, 2010.