Resumo

Título do Artigo

DESEMPENHO DOS PPG’S STRICTO SENSU SOB A PERSPECTIVA DO ALTO ESCALÃO: EFEITOS DAS CARACTERÍSTICAS PESSOAIS DOS COORDENADORES DOS PROGRAMAS EM ADMINISTRAÇÃO
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Palavras Chave

Teoria do Alto Escalão
Stricto Sensu
Desempenho

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Abordagens sociais, organizacionais, cognitivas e históricas em Estratégia

Autores

Nome
1 - Ana Claudia Belfort
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - PPGA - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

Reumo

A teoria do alto escalão (AE) tem sido adotada há mais de 30 anos por pesquisadores que desejam compreender os efeitos das características dos principais executivos sobre as ações, decisões e resultados organizacionais, entre outros fenômenos. Embora os precursores dessa teoria defendam a influência de características observáveis e psicológicas dos executivos sobre o desempenho, há uma tendência em abarcar apenas as primeiras, motivo pelo qual adotou-se a inteligência emocional como característica psicológica. Não foram encontrados estudos que relacionem a teoria do AE ao contexto educacional.
Partindo do pressuposto de que o desempenho dos programas de pós-graduação stricto sensu é reflexo das características pessoais de seus coordenadores, a questão de pesquisa norteadora deste estudo é: Quais os efeitos das características pessoais dos coordenadores de PPG’s stricto sensu da área de Administração Pública e de Empresas sobre o desempenho de tais programas? Assim sendo, o presente estudo busca identificar e analisar os efeitos das características pessoais dos coordenadores de PPG’s stricto sensu da área de Administração Pública e de Empresas sobre o desempenho de tais programas.
A teoria do alto escalão enfatiza as características observáveis e psicológicas da alta gerência (Hambrick & Mason, 1984). Tais características, no contexto do stricto sensu, foram analisadas a partir da competência, da competência específica e da inteligência emocional (IE). A primeira se refere a aspectos que envolvem a carreira do profissional e pode ser desenvolvida por meio de ações formais ou informais, enquanto a segunda pode ser vantajosa para algumas empresas ou setores (Serra et al., 2016). A IE e o desempenho organizacional têm relação direta entre si (Stein et al., 2009).
Este estudo adota o objetivismo como epistemologia e possui abordagem quantitativa. É composto tanto por dados primários como secundários. Os primeiros referem-se a informações dos coordenadores dos PPG’s em Administração, obtidos mediante a aplicação de um questionário via web. Já os segundos se referem às informações relacionadas à avaliação dos programas junto à CAPES, disponíveis em site da própria CAPES. Para fins de análise de dados foi conduzida a regressão múltipla, mediante o uso do software SPSS. A amostra contou com 67 coordenadores e ex-coordenadores de stricto sensu.
Os resultados corroboram que há relação entre as características do coordenador de programas stricto sensu e o desempenho de tais programas. Em relação à formação, os coordenadores dos programas com melhor desempenho tendem a ser formados em administração, assim confirmando H1a. Considerando o nível de formação, coordenadores com pós-doutorado e/ou livre docência estão ligados ao melhor desempenho, aceitando-se H1b. Após a regressão logística, apenas a dimensão self emotions da inteligência emocional apresentou relação significativa com o desempenho do programa, aceita-se parcialmente H2.
Os principais achados indicaram a existência de relação entre algumas das características pessoais dos coordenadores do stricto sensu e o desempenho do programa. As dimensões da competência apresentaram relação significativa com o desempenho no contexto analisado, e apenas uma dimensão da inteligência emocional (self emotion) apresentou relação significativa com o desempenho do programa. De forma geral é possível pressupor que os programas com nota > 3 estão preocupados em adquirir legitimidade no meio em que atuam, enquanto os programas com nota ≤ 3 estão preocupados apenas em existir.
Hambrick, D. C., & Mason, P. A. (1984). Upper Echelons: the organization as a reflection of its top managers. Academy Management of Review, 9(2), 193-206. Law, K. S., Wong, C.-S., & Song, L. J. (2004). The construct and criterion validity of emotional intelligence and its potential utility for management studies. Journal of Applied Psychology, 89(3), 483–496. Stein, S. J., Papadogiannis, P., Yip, J. A., & Sitarenios, G. (2009). Emotional intelligence of leaders: a profile of top executives. Leadership & Organization Development Journal, 30(1), 87-101.