Resumo

Título do Artigo

Cooperativismo mineral: limites e potencialidades da formalização da atividade garimpeira em organizações coletivas de extração mineral
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Palavras Chave

Cooperativismo mineral
Neo-institucionalismo
Campo organizacional

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Simbolismos, Culturas e Identidades

Autores

Nome
1 - Samuel Soares da Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Viçosa
2 - Alan Ferreira de Freitas
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Departamento de Administracão
3 - Gabriela Brandão Lopes
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Viçosa

Reumo

O processo de constituição de cooperativas no ramo mineral tem sido utilizado como meio regulatório de se garantir a organização e sustentabilidade da atividade garimpeira, com a proposta de tirar os trabalhadores da informalidade. Esse cenário é uma realidade social emblemática na história do Brasil, que se configura como um problema público latente e que ainda carece de estudos. O Estado incentiva a formalização do garimpo e entende que as organizações constituídas em cooperativas seria um caminho para resolver problemas de ordem legal, social, econômico e, sobretudo, ambiental do garimpo.
Diante da indução do Estado para a formalização da atividade garimpeira em cooperativas minerais, questiona-se: Quais os limites e potencialidades do processo de constituição de organizações cooperativas minerais no estado de Minas Gerais? O artigo teve o objetivo de analisar as influências do campo organizacional mediante as cooperativas minerais do estado de Minas Gerais e compreender quais são os limites e potencialidades destas organizações após sua constituição.
Por meio do Neo-institucionalismo e da concepção de campo organizacional será possível compreender elementos de âmbito cultural e cognitivo que apresentam-se como poderosos aspectos econômicos, sociais e culturais que influenciam diretamente na formação e constituição organizacional. Portanto, a vertente sociológica do Neo-Institucionalismo dará oportunidade de compreender o campo organizacional e as organizações constituídas por meio da formalização do garimpo em cooperativas minerais, analisando suas potencialidades e seus limites.
Possui abordagem qualitativa e caracteriza-se como exploratório-descritivo. Utilizou-se do método de estudo de casos múltiplos. As unidades de análise foram 18 cooperativas do ramo mineral de Minas Gerais. Os instrumentos de coleta foram documentos, observação não participante e entrevistas semiestruturadas com atores sociais. A pesquisa de campo foi realizada de junho a dezembro de 2019, obteve-se um total de 29 entrevistas (18 com representantes das cooperativas e 11 com representantes dos órgãos públicos municipais). A análise de conteúdo foi escolhida para analisar os dados.
O campo organizacional estudado é heterogêneo em questão de estrutura, processos e comportamentos, apesar de possuir alguns indícios de isomorfismo. As potencialidades das cooperativas minerais estão relacionadas a legitimidade do modelo cooperativo que orienta e serve de canal com o mercado e com os próprios cooperados. Os limites são percebidos quando as cooperativas são utilizadas como apenas um meio de se conseguir o licenciamento ambiental, não havendo uma eficácia na relação mercadológica ou social.
Foi possível perceber a heterogeneidade de formas organizacionais constituídos por garimpeiros, fato este que ocorre devido as necessidades múltiplas enfrentadas pelos grupos distintos e também pela carência de apoio dos órgãos de regulamentação que estão inseridos no campo organizacional do cooperativismo mineral.
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