Resumo

Título do Artigo

INFLUÊNCIAS DO AUTOCONCEITO NA EMPREGABILIDADE DOS JOVENS EM VULNERABILIDADE SOCIAL
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Palavras Chave

Autoconceito
Empregabilidade
Jovens

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Diversidade, Diferença e Inclusão nas Organizações

Autores

Nome
1 - Marcelo Ferreira de Souza
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL (PUCRS) - Escola de Negócios
2 - Ana Clarissa Matte Zanardo Santos
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL (PUCRS) - Programa de Pós-Graduação em Administração
3 - Marilaine Quadros Becker de Souza
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL (PUCRS) - Escola de Direito

Reumo

O alto índice de desemprego entre os jovens e, em especial, entre os que vivem em situação de vulnerabilidade social, está frequentemente relacionado aos baixos níveis de escolaridade e de empregabilidade. A baixa autoestima, a instabilidade emocional, a falta de motivação, os ambientes familiares não estruturados, os péssimos hábitos de saúde, os recursos escassos e o medo do fracasso levam os jovens a acreditarem que não são suficientemente competentes para encontrarem espaço no mercado de trabalho, acarretando, assim, baixos níveis de autoestima e de autoeficácia na procura por emprego.
A inclusão laboral dos jovens que vivem em situação de vulnerabilidade social consolida-se como um grande desafio, pois trata-se de um público que enfrenta maiores dificuldades de inserção no mercado de trabalho. Portanto, contribuir para a produção de novos conhecimentos constitui um esforço coletivo que envolve um conjunto amplo de pesquisadores, bem como de estratégias variadas. O objetivo desse trabalho é compreender como as facetas do autoconceito (autoimagem, autoestima e autoeficácia) podem influenciar na empregabilidade dos jovens que vivem em situação de vulnerabilidade social.
De acordo com Vaz Serra (1998), as três principais facetas do autoconceito são: (i) a autoimagem, (ii) a autoestima e (iii) a autoeficácia. A autoimagem é a representação e a figuração do nosso corpo formado em nossa mente (Mosquera & Stobäus, 2006). A autoestima expressa uma atitude de aprovação ou desaprovação que o indivíduo faz sobre si mesmo (Coopersmith, 1989). A autoeficácia pode ser entendida a partir da crença do indivíduo sobre a sua capacidade para organizar e executar as ações requeridas, para lidar com situações futuras e executar tarefas num determinado domínio (Bandura, 2006).
A pesquisa tem natureza qualitativa, de caráter exploratório e corte transversal. Na primeira fase foram realizados dois grupos focais com jovens de 14 a 17 anos. O objetivo foi compreender o contexto e as características em comum dos jovens. Na sequência, foram realizadas 12 entrevistas individuais com jovens da mesma faixa etária. Por fim, na segunda, foram realizadas entrevistas com 4 especialistas da Instituição Pequena Casa da Crianças que atuam ou atuaram com os jovens. A Instituição está localizada no centro da comunidade Vila Maria da Conceição, Porto Alegre / RS.
A autoimagem negativa impacta diretamente na aceitação dos jovens nos grupos sociais, na confiança, na autoestima e, por consequência, no seu desenvolvimento educacional e profissional. O fraco desempenho escolar, o baixo nível educacional e os ambientes desestruturados impactam negativamente na autoestima, e, por consequência, na aprendizagem e no desenvolvimento profissional. Quanto a autoeficácia, a forte carga emocional reflete direta e negativamente na procura por emprego. Os sucessivos fracassos comprometem as crenças quanto à capacidade de terem sucesso pessoal e profissional.
Além das dúvidas próprias da juventude, os jovens imersos em contextos de vulnerabilidade social ainda enfrentam a falta de otimismo em relação ao futuro profissional. Este sentimento negativo é, por vezes, fruto da falta de estímulos para conhecerem novas oportunidade e possibilidades. Em suma, a autoimagem negativa, a baixa autoestima e a baixa autoeficácia na procura por emprego, são fatores determinantes que influenciam negativamente na empregabilidade dos jovens que vivem em situação de vulnerabilidade social.
Bandura, A. (2006). Guide for constructing self-efficacy scales. Self-efficacy beliefs of adolescents, 5(1), 307-337. Coopersmith, S. (1989). Coopersmith Self-Esteem Inventory. Palo Alto, CA: Consulting Psychologists Press. Mosquera, J. J. M., & Stobäus, C. D. (2006). Auto-imagem, auto-estima e auto-realização: qualidade de vida na universidade. Psicologia, saúde & doenças, 7(1), 83-88. Vaz Serra (1998). O autoconceito. Análise Psicológica, VIII, 101-110.