Resumo

Título do Artigo

O IMPACTO DA TOXICIDADE DOS FLUXOS DE ORDENS SOBRE A LIQUIDEZ DOS CONTRATOS FUTUROS DE DI E DÓLAR COMERCIAL
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Palavras Chave

Toxicidade
VPIN
Liquidez de Mercado

Área

Finanças

Tema

Governança, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - João Eduardo Ribeiro
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Faculdade de Ciências Econômicas
2 - LAISE FERRAZ CORREIA
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS (CEFET/MG) - Belo Horizonte - Campus II
3 - Felipe Dias Paiva
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS (CEFET/MG) - Belo Horizonte

Reumo

Dentre os diversos ativos negociados no mercado brasileiro de futuros, destacam-se o contrato de DI e o de Dólar Comercial. Principal ativo negociado pela Brasil Bolsa Balcão (B3), o contrato de DI Futuro refere-se a quanto a taxa de juros do CDI (Certificados de Depósito Interbancário) valerá no dia de seu vencimento. Devido à função de hedge contra oscilações na taxa de juros de contratos financeiros, exerce um papel crucial nos investimentos. Já o Dólar Comercial Futuro é usado para transações cambiais entre bancos, instituições financeiras, grandes corporações, dentre outros.
Dada a relevância dos mercados de DI Futuro e de Dólar Comercial Futuro da B3, e a importância para a tomada de decisão de empresas e investidores de se entender o efeito da assimetria de informação sobre a liquidez de mercados dos ativos por eles transacionados, o objetivo deste estudo foi analisar o impacto do grau de toxicidade dos fluxos de ordens dos contratos futuros de DI e de Dólar Comercial negociados pela B3 sobre a liquidez de mercado desses ativos.
Diversos estudos, instigados pela possível influência que a assimetria informacional exerce sobre a liquidez de mercado, passaram a buscar uma forma de identificar a ocorrência de assimetria informacional nos mercados. Uma dessas formas, o modelo Volume-Synchronized Probability of informed trading (VPIN), proposta por Easley, Prado e O’Hara (2012), mensura diretamente o grau de toxicidade dos fluxos de ordens, isto é, a probabilidade de haver assimetria informacional na negociação.
No intuito de apurar o impacto da VPIN sobre a liquidez de mercado, utilizou-se de dados intradiários de setembro de 2018 a agosto de 2019 e, de um modelo de regressão linear múltipla, que obtêm coeficientes que tornam os valores estimados pelo modelo o mais próximo possível dos dados observados. Este estudo se valeu de um modelo para cada contrato futuro (DI Futuro e Dólar Comercial Futuro) separadamente. Além da utilização da VPIN como variável independente, assim como Ding (1999) e Yoon, Zo e Ciganek (2011), foram utilizadas as variáveis VOL, NEG e VLA como variáveis de controle.
A capacidade de explicação do modelo para as negociações de DI Futuro foi de 44%, enquanto a do modelo para as negociações de Dólar Comercial Futuro é de 35%. Ou seja, os resultados observados nesta pesquisa demostram um bom poder explicativo dos modelos, indo ao encontro dos estudos realizados anteriormente, como em Easley, Prado e O’Hara (2011, 2012), Agudelo, Giraldo e Villarraga (2015), Siqueira, Amaral e Correia (2017) e Yildiz, Ness e Ness (2019).
Nos dois modelos estimados, DI Futuro e Dólar Comercial Futuro, a relação entre a VPIN e o bid-ask-spread foi positiva. Ou seja, observou-se uma relação inversa entre assimetria informacional e liquidez para esses mercados além de os valores de VPIN encontrados para os contratos futuros analisados serem similares aos registrados em outros estudos, tais como Easley, Prado e O’Hara (2011, 2012) e Siqueira, Amaral e Correia (2017), os modelos que associam a VPIN ao bid-ask-spread. Portanto, que a assimetria de informação é um dos fatores que impactam a liquidez de mercado desses títulos.
AMIHUD, Y.; MENDELSON, H. Asset pricing and the bid-ask spread. Journal of Financial Economics, v. 17, n. 2, p. 223–249, 1986. EASLEY, D.; PRADO, M. M. L.; O’HARA, M. Flow Toxicity and Liquidity in a High Frequency World. Review of Financial Studies, v. 25, n. January, p. 1457–1493, 2012. EASLEY, D.; PRADO, M. M. L.; O’HARA, M. The Microstructure of the “flash crash”: Flow Toxicity, Liquidity Crashes and the Probability of Informed Trading. The Journal of Portfolio Management, v. 37, n. 2, p. 118–128, 2011.