Resumo

Os processos de inovação estão sendo cada vez mais necessários no âmbito organizacional estratégico, sobretudo no contexto dos novos modelos de empresas, como startups. O conceito de startups surgiu em 1998, nos Estados Unidos e desde então tem crescido no mundo inteiro. As estratégias em startups têm por natureza a necessidade de buscar inovações e, por isso, requerem de constante desenvolvimento de capacidades de inovação (CI) (Blank & Dorf, 2012).

Esta pesquisa procurou responder ao seguinte questionamento: como se caracterizam as discussões da literatura acadêmica sobre inovação em startups a partir da visão baseada em recursos e da teoria das capacidades dinâmicas? O objetivo da pesquisa foi realizar uma revisão sistemática da literatura (RSL) sobre inovação em startups a partir dos modelos teóricos da Visão Baseada em Recursos (VBR) e Capacidades Dinâmicas (CDs).

O marco de estudos de estratégias tem abordado temas importantes como planejamento, posicionamento, redes, e nos últimos anos, estudos sobre recursos e capacidades principalmente integradas a Teoria Baseada em Recursos (VBR) (Barney & Hesterly, 2007) e a teoria das capacidades dinâmicas (CD) (Teece, Pisano, & Shuen, 1997). Os pressupostos oriundos da VBR e da teoria das CD buscam trazer explicações de grande importância sobre as fontes da vantagem competitiva (Bandeira-de-Mello & Cunha, 2001).

Utilizou-se a revisão sistemática da literatura para investigar o fenômeno da inovação nas startups. Os artigos foram coletados na base de dados Web Of Science no período de junho de 2019. Por meio da RSL, foi apresentada uma visão geral das pesquisas, o estágio das publicações, os modelos teóricos, os métodos, as contribuições, as lacunas e uma agenda de pesquisa para estudos futuros.

Os resultados revelam o crescente interesse da comunidade científica em pesquisar a inovação nas startups nos últimos 10 anos. A inovação, em meio às teorias estratégicas da VBR e CDs, ocorre em sua maioria em produtos e processos apesar dos diferentes setores de atuação das startups. A agenda de pesquisa articulou as propostas dos autores da amostra, indicando a necessidade de métodos longitudinais e quantitativos para a análise do desempenho da inovação.

As principais referências desse trabalho foram extraídas de: Barney, J., & Hesterly, W. (2007). Avaliação das capacidades internas de uma empresa. Administração estratégica e vantagem competitiva, 63-94. Kitchenham, B., Brereton, O. P., Budgen, D., Turner, M., Bailey, J., & Linkman, S. (2009). Systematic literature reviews in software engineering–a systematic literature review. Information and software technology, 51(1), 7-15. Teece, D. J., Pisano, G., & Shuen, A. (1997). Dynamic capabilities and strategic management. The Nature and Dynamics of Organizational Capabilities, 18(7), 334–361.