Resumo

Título do Artigo

ANÁLISE DAS VARIAÇÕES NA TAXA DE RENDIMENTO DAS ESCOLAS CONTEMPLADAS PELO PROGRAMA CISTERNAS NAS ESCOLAS NOS VALES DO JEQUITINHONHA E DO MUCURI
Abrir Arquivo
Ver apresentação do trabalho
Assistir a sessão completa

Palavras Chave

Programa Cisternas nas Escolas
Políticas Públicas
Tecnologias Sociais

Área

Administração Pública

Tema

Gestão e Inovação em Políticas Públicas

Autores

Nome
1 - Agnaldo Keiti Higuchi
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI (UFVJM) - UFVJM
2 - NATHALIA STOCKLER FIALHO SOARES
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI (UFVJM) - Campus Mucuri
3 - FERNANDA APARECIDA GUEDES HONORATO DA SILVA
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI (UFVJM) - CAMPUS MUCURI
4 - Naldeir dos Santos Vieira
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI (UFVJM) - Departamento de Administração
5 - Jemima Esteves Jardim
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI (UFVJM) - MUCURI

Reumo

Com a associação de diferentes instituições públicas e privadas, foi criado, a partir de 2009, o Programa Um Milhão de Cisternas com o objetivo beneficiar as famílias residentes nas áreas rurais do semiárido brasileiro por meio da construção de cisternas de placas de cimento nos arredores das casas. Na esteira deste Programa, também foi criado o “Cisternas nas Escolas”, cujo objetivo é a construção de cisternas para a captação de até 52 mil litros de água de chuvas que escorrem pelos telhados das escolas rurais.
A cisterna permite à comunidade escolar consumir água de qualidade sem a necessidade de interrupções em seu funcionamento por conta da falta de água durante o ano letivo (DIETRICH, 2019). Espera-se que o uso desta tecnologia tenha efeitos diretos na retenção e nas taxas de rendimento dos alunos das escolas beneficiadas. Diante deste contexto, o presente artigo tem como objetivo analisar as variações ocorridas nas taxas de rendimento dos alunos das escolas dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri, estado de Minas gerais, contempladas pelo Programa Cisternas nas Escolas.
O artigo é fundamentado em autores que descrevem as principais características da região semiárida brasileira, com destaque para Ventura et al. (2012), Souza et al. (2016) e Morais, Paiva e Sousa (2017), e do Programa Cisternas nas Escolas, com destaque para os autores Menezes-Filho (2007), Gottfried (2010), Costa e Dias (2013), Santana e Arsky (2016), Detrich (2019), ASA (2020) e Santos e Borja (2020).
Por meio de material fornecido pelo Ministério da Cidadania e pela Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), foram mapeadas as escolas dos municípios dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri que construíram sistemas de coleta e armazenamento de água da chuva por meio do Programa Cisternas nas Escolas. Foram identificadas 110 escolas rurais de 17 municípios beneficiados. Posteriormente, foi realizada a análise das taxas de rendimento das escolas, de acordo com o ano de término da construção da cisterna, dos anos anteriores e posteriores a essa, junto à documentos disponibilizados pelo INEP.
Em suma, nas escolas estudadas, após a construção das cisternas, não pode-se considerar estatisticamente que houve variação na taxa de reprovação e de abandono, mostrando que este benefício esperado pelo Programa Cisterna nas Escolas ainda não ficou evidente. Tais resultados não repetem o levantado no estudo de Dietrich (2019), que ao avaliar o impacto do Programa Cisterna nas Escolas no semiárido brasileiro sobre resultados educacionais, identificou que o programa aumenta a probabilidade de os alunos concluírem o primeiro ciclo do ensino fundamental (5º ano).
Analisando os períodos anuais isoladamente, não houve diferença estatística de médias para reprovação e abandono a não ser em 2017, quando houve melhoria nas taxas de abandono. Os resultados variaram de acordo com o ano e a região de aplicação do Programa. No curto prazo, os resultados levantados não refletem a expectativa do Programa de uma melhora na taxa de rendimento dos alunos matriculados. No entanto este resultado, não reduz a relevância do Programa, já que presença da cisterna pode ser considerada uma melhoria na infraestrutura básica da escola com efeito direto em seu funcionamento.
COSTA, A. B.; DIAS, R. B. Estado e sociedade civil na implantação de políticas de cisternas. In: COSTA, A. B. (Org.). Tecnologia social e políticas públicas. São Paulo: Instituto Pólis, 2013. DIETRICH; T. P. Acesso à Água e Resultados Educacionais: evidências para o semiárido brasileiro. Dissertação de Mestrado em Economia Aplicada. Programa de Pós-Graduação em Organizações e Mercados. Universidade Federal de Pelotas. Pelotas. 2019.