Resumo

As capacidades dinâmicas de uma organização têm sido debatidas no âmbito das pesquisas relacionadas à estratégia empresarial e são vistas como fundamentais para as organizações enfrentarem os desafios inerentes a ambientes incertos. Apesar de vários estudos relacionarem as capacidades dinâmicas ao desempenho organizacional e à obtenção e sustentação de vantagem competitiva, entretanto, são escassos os trabalhos que as relacionam ao ciclo de vida organizacional.

O presente ensaio debate que, por serem sistemas sociais, as organizações não possuem, necessariamente, uma trajetória de desenvolvimento linear. Desse modo, enfrentam os diferentes desafios de forma a atender a seus objetivos e às necessidades de seus stakeholders. Este ensaio propõe as capacidades dinâmicas necessárias para o desempenho satisfatório das organizações em cada estágio do ciclo de vida. Pretende-se, ainda, evidenciar o papel dos stakeholders como impulsionadores das mudanças entre os estágios e a importância das capacidades dinâmicas relacionadas à essas mudanças.

A Teoria do Ciclo de Vida descreve o desenvolvimento das organizações mediante estágios de crescimento e declínio. Os estágios podem ser caracterizados por idade, tamanho, taxa de crescimento, estrutura, centralização e tarefas. A Teoria das Capacidades Dinâmicas explica como as organizações desenvolvem produtos e processos para atender às demandas e condições de mercado, como elas criam e modificam rotinas operacionais para maior eficácia e como sustentam a vantagem competitiva. As organizações são capazes de alcançar capacidades dinâmicas por meio de Sensing, Seizing e Reconfiguration.

As diferenças em cada estágio do ciclo de vida fazem com que as organizações necessitem de diferentes capacidades dinâmicas, criando assim, um dinamismo das capacidades de modo a sustentar o desempenho. A capacidade de mudança organizacional permite à organização iniciar, liderar e implementar iniciativas de mudança. Além do papel fundamental dos stakeholders e da capacidade de mudança, a transição entre os estágios requer o desenvolvimento de capacidades que apoiem esse processo, como ambidestria, capacidade de reconfiguração e capacidade de desenvolvimento de redes temporárias.

Conclui-se que as diversas capacidades dinâmicas contribuem de forma diferente para a sustentação do desempenho organizacional nos diferentes estágios do ciclo de vida organizacional. Destarte, as CD foram hierarquizadas com base na tipologia de Hine et al. (2013) e apresentadas de forma a estabelecer um conjunto de capacidades necessárias para superar os desafios. Foram destacadas também, as pressões que as organizações sofrem de seus stakeholders e como eles influenciam no desenvolvimento de algumas capacidades dinâmicas.

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