Resumo

Título do Artigo

GERENCIAMENTO DE IMPRESSÃO E QUALIDADE DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS: ANÁLISE DAS EMPRESAS LISTADAS NA B3
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Palavras Chave

Qualidade da informação contábil
Gerenciamento de impressão
Viés de otimismo

Área

Finanças

Tema

Contabilidade

Autores

Nome
1 - VANESSA DE MENESES SILVA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - Campus I
2 - Wenner Glaucio Lopes Lucena
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis

Reumo

Estudos empíricos documentaram os efeitos das práticas de gerenciamento de impressão (GI) na comunicação do gestor com os stakeholders, principalmente em relação ao viés de otimismo presente nos relatórios (Baginski et al., 2011, Davis & Tama-Sweet, 2012; Twedt & Rees, 2012; Guillamon-Saorin, Isidro & Marques, 2017; Yang, Dolar & Mo, 2018). Mas não relacionaram o GI com medidas tradicionais de qualidade da informação contábil. Por isso, buscou-se investigar qual é a relação entre o viés de otimismo, presente nos relatórios de administração das empresas e a qualidade das informações contábeis.
Buscou-se responder à questão de pesquisa: Qual é o efeito do viés de otimismo, presente nos relatórios de administração, na previsibilidade do lucro futuro (persistência) e do corrente (conservadorismo) das empresas listadas na B3? O objetivo é investigar qual é o efeito do viés de otimismo, presente nos relatórios de administração, na previsibilidade do lucro futuro e do corrente das empresas listadas na B3. A hipótese central do trabalho é que o viés de otimismo dos relatórios de administração tem relação oposta com o Conservadorismo e a Persistência dos lucros das empresas listadas na B3.
O estudo considerou as premissas: na busca por legitimação dos relatórios, as companhias tendem a manipular a percepção dos usuários sobre os valores apresentados, a fim de amenizar o impacto negativo de possíveis resultados ruins e/ou superestimar a influência de resultados positivos nos usuários. Como também, para desviar a atenção de alguma lacuna da ausência de qualidade nos demonstrativos. E que a qualidade da informação contábil pode ser mensurada a partir da persistência dos lucros e do conservadorismo, no sentido de que este tende a evitar perdas provenientes do excesso de otimismo.
Analisou-se o período de 2010 a 2018 de 205 companhias listadas na B3. A persistência dos resultados contábeis foi mensurada com o modelo de Dechow et al. (2010) e o conservadorismo com o de Banker et al. (2016). Para o gerenciamento de impressão, considerou-se como proxy o viés de otimismo presente nos relatórios de administração das empresas, estimado por meio de bag-of-words, com uma leitura automatizada dos textos no software R. que identificou a frequência das palavras positivas, mediante o algoritmo A, escrito em linguagem R, utilizando-se como base o dicionário de Silva (2017).
Identificou-se uma relação negativa entre o Lucro e o viés de otimismo dos relatórios. Pois, quanto maior foi o lucro, menor tendeu a ser a frequência de palavras positivas nos demonstrativos. Também, encontrou-se que quanto menor foi o nível de conservadorismo utilizado na elaboração das demonstrações contábeis, maior tendeu a ser o otimismo dos textos que explicam e apresentam os resultados da empresa (relatórios de administração). Ou seja, percebe-se que as empresas que apresentam baixos níveis de qualidade em suas informações tendem a realizar maiores níveis de gerenciamento de impressão.
Concluiu-se que as empresas com elevados níveis de otimismo nos relatórios de administração reportaram resultados menos persistentes e com menores níveis de conservadorismo contábil, ou seja, as companhias tenderam a realizar mais gerenciamento de impressão. Outrossim, percebeu-se que o viés de otimismo pode ser considerado como uma fonte de informação complementar para que os usurários aumentem o poder preditivo das análises. Por fim, identificou-se indícios de que, com o otimismo, as companhias podem estar manipulando a percepção dos usuários em relação a qualidade das informações reportadas
Banker, R. D., Basu, S., Byzalov, D., & Chen, J. Y.(2016). The confounding effect of cost stickiness on conservatism estimates. Journal of Accounting and Economics, 61(1), p. 203-220. Dechow, P., Ge, W., & Schrand, C. (2010). Understanding earnings quality: A review of the proxies, their determinants and their consequences. Journal of accounting and economics, 50(2-3), p. 344-401. Yang, F., Dolar, B., & Mo, L. (2018). Textual Analysis of Corporate Annual Disclosures: A Comparison between Bankrupt and Non-Bankrupt Companies. Journal of Emerging Technologies in Accounting Spring, 15(1), p. 45-55