Resumo

Título do Artigo

Avaliar para quê? O processo de autoavaliação em um instituto federal de ensino.
Abrir Arquivo
Ver apresentação do trabalho
Assistir a sessão completa

Palavras Chave

Avaliação Institucional
Gestão do Conhecimento
Teoria Institucional

Área

Administração Pública

Tema

Gestão Organizacional: Governança, Planejamento, Recursos Humanos e Capacidades

Autores

Nome
1 - JULIANO REGINALDO CORRÊA DA SILVA
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA (UNISUL) - Florianópolis
2 - Clarissa Carneiro Mussi
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA (UNISUL) - Programa de Pós-graduação em Administração
3 - Mauricio Andrade de Lima
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA (UNISUL) - Pedra Branca
4 - Alexandre Marino Costa
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - CSE/CAD
5 - Luiz Alberto Cordioli
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - PPGEP

Reumo

A avaliação da educação superior é prioridade política recorrente no contexto global (BARREYRO, 2018). No Brasil, a obrigatoriedade legal imposta ao processo autoavaliativo pode trazer indícios da incidência de mecanismos isomórficos (DIMAGGIO; POWELL,2005; SILVA,2019). Não obstante, muito mais que uma obrigação legal, a adoção de uma visão sistêmica de autoavaliação permite a geração, a disseminação e a aplicação de conhecimentos para o aprimoramento institucional. Esta pesquisa explora o processo autoavaliativo a partir das lentes teóricas da gestão do conhecimento e da teoria institucional.
Problema de pesquisa: De que forma se apresenta o processo de autoavaliação em um instituto federal de ensino, com base na gestão do conhecimento e na teoria institucional? Objetivo: Compreender o processo de autoavaliação em um instituto federal de ensino analisando-o sob as lentes teóricas da gestão do conhecimento e da teoria institucional.
Os fundamentos teóricos da pesquisa baseiam-se na gestão do conhecimento e seus processos de aquisição, criação, armazenamento, compartilhamento e aplicação do conhecimento (HEISIG, 2009) e na teoria institucional e seus mecanismos isomórficos coercitivo, mimético e normativo (DIMAGGIO; POWELL, 2005). Pressupõe-se que o processo autoavaliativo pode se apresentar convergente com as premissas da gestão do conhecimento e/ou voltado para a legitimação institucional, em virtude da incidência dos mecanismos isomórficos.
A pesquisa caracterizou-se como qualitativa, do tipo estudo de caso. O caso pesquisado foi o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), uma autarquia federal de ensino com 110 anos de história. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semi-estruturadas com gestores da instituição (pró-reitores, diretores, coordenadores) que apresentam envolvimento direto com o planejamento e a avaliação institucional, observação participante e pesquisa documental. A análise de dados seguiu os procedimentos da análise de conteúdo e da técnica de triangulação.
A realização da atividade autoavaliativa está estruturada com o objetivo de atender a legislação vigente. Evidencia-se a replicação pura e simples de um processo avaliativo e a continuidade de carências institucionais já apontadas ao longo dos relatórios autoavaliativos. Por um lado, os documentos institucionais destacam a importância do conhecimento e sua gestão para a instituição, por outro lado, as entrevistas denotam a falta de uma estratégia integrada de autoavaliação que possibilite a valorização e a aplicação do conhecimento gerado pelo processo autoavaliativo.
Os resultados da pesquisa identificam a realização do processo autoavaliativo na instituição pesquisada como um mecanismo de legitimação institucional, com a incidência dos mecanismos coercitivo e mimético, pouco voltado ao preconizado pela gestão do conhecimento. A associação das lentes da gestão do conhecimento e da teoria institucional proporcionou uma compreensão mais robusta do processo de autoavaliação, aprimorando a compreensão de suas particularidades, limitações e potencial de aprimoramento.
BARREYRO, G. A avaliação da educação superior em escala global. Revista da Avaliação da Educação Superior, v.23,n.1,p.5-22, 2018 HEISIG, P. Harmonisation of knowledge management–comparing 160 KM frameworks around the globe.Journal of Knowledge Management, v.13,n.4, p.4-31,2009 DIMAGGIO, P. POWELL, W. A Gaiola de Ferro Revisitada: Isomorfismo Institucional e Racionalidade Coletiva nos Campos Organizacionais. RAE, v.45,n.2, p.74-89, 2005 SILVA, J. et al. A incidência dos mecanismos isomórficos nos processos de autoavaliação institucional. Revista de Gestão e Tecnologia, v.9,n.3, p.173-186, 2020