Resumo

As mulheres são maioria na população brasileira, porém, minoria em relação a representação política e gerencial. Os movimentos feministas proporcionaram ganhos sociais levando-as a terem maior condição de atuarem em mercados considerados masculinos. A segurança privada é um desses setores com aumento da participação feminina apesar de sua origem remontar à segurança pública, militarizada e masculinizada. Mesmo com este aumento ainda é pequena a representação feminina na área da segurança, em função da institucionalização do security man, preconiza uma visão de que mulheres não impõem respeito.

O estudo objetivou descrever e analisar as relações de gênero na segurança privada, na percepção das vigilantes (guardiãs), em uma empresa do setor de segurança privada localizada em um estado do sudeste brasileiro.

Ao analisar os estudos relativos à presença das mulheres nas forças de segurança pública e privada, percebe-se que tal ascensão não vem ocorrendo sem a presença de preconceitos, desafios e conflitos. Entre os desafios desse setor estão a maior exigência dos clientes apontando aspectos relacionados à fragilidade da mulher para o serviço de segurança, aliado às restrições da atuação em postos noturnos, como também aqueles considerados mais perigosos, além de maiores exigências quanto à questão de não terem filhos e aparência pessoal.

As categorias de análise foram definidas a priori, tendo como base o objetivo da pesquisa e as subcategorias emergiram como resultado das entrevistas realizadas. As principais categorias e suas respectivas subcategorias são: Perfil Profissional: Critérios para contratação;Processo seletivo. Desenvolvimento Funcional: Carreira funcional;Qualificação profissional. Condições de Trabalho: Ambiente físico;Equipamentos;Apoio institucional. Processos de trabalho e relações de gênero: Processos de trabalho;Relações de gênero. Estratégias de defesa: Normas institucionais; Estratégias de enfrentamentos.

A contratação se dá principalmente por indicação e sem critérios. Diferenças de oportunidades e tratamento em relação ao gênero, e dificuldade das guardiãs para ascenderem na hierarquia foram observadas. As Guardiãs são alocadas em atividades com menores riscos por opção dos clientes, o que leva ao reduzido aproveitamento desta mão de obra. Existe uma visão estereotipada em que a força é um fator preponderante no trabalho de segurança. Identificou-se a ocorrência de assédio sexual e para o seu enfrentamento, as falas e comportamentos adversos são admitidos como brincadeiras e não como ofensas.

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