Resumo

Título do Artigo

RELAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS E ASPECTOS DO TRAÇO DE CINISMO: Um Estudo com Estudantes de Pós-graduação Lato Sensu da Área de Negócios
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Palavras Chave

Cinismo
Personalidade
Pós-graduação

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Comportamento Organizacional

Autores

Nome
1 - Vitor Hideo Nasu
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - FEA

Reumo

O cinismo pode ser considerado tanto um traço de personalidade como uma reação específica a certos eventos. Este estudo foca naquele e, portanto, é definida como uma dimensão moral que envolve níveis fortes de desconfiança, hostilidade e difamação em relação aos motivos das ações de outra pessoa. Portanto, indivíduos cínicos são aqueles que veem os outros com desconfiança e hostilidade excessivas. Os cínicos percebem seus pares principalmente como sendo egoístas, que protegem somente a si mesmos e que promovem os seus próprios interesses.
O objetivo é relacionar o perfil dos indivíduos e os aspectos de cinismo. Especificamente, a pesquisa foca no gênero, na idade, na formação acadêmica e na área de trabalho de alunos de pós-graduação da área de negócios e usa o questionário de Turner e Valentine (2001) que reúne questões sobre o cinismo. A comparação dos aspectos de cinismo pelas variáveis sociodemográficas pode prover indícios acerca do comportamento cínico dos estudantes, os quais podem ser empregados para antecipar ações por parte de professores e chefes de departamento nas esferas acadêmica e profissional.
No campo dos negócios, quando o traço de cinismo é mais saliente nos indivíduos, múltiplas implicações para as empresas e seus colaboradores podem se concretizar. Por exemplo, há evidências de que o cinismo está positivamente correlacionado com a intenção de trapacear. Por esta razão, trabalhadores com personalidade cínica mais intensa estão mais inclinados a se engajarem em comportamentos questionáveis, como mentir, trapacear e roubar, especialmente nos casos em que ocupam cargos de poder. O cinismo de trabalhadores que ocupam cargos menores também podem comprometer a sua produtividade.
Este estudo foi desenvolvido em duas IES localizadas na região Sul do Brasil. O questionário foi aplicado tanto via internet quanto in loco. Ao todo, a amostra é composta por 92 estudantes de cursos de pós-graduação lato sensu relacionados à área contábil. O questionário foi dividido em duas partes: (i) questões sobre as variáveis sociodemográficas (principalmente gênero, idade, formação acadêmica e área de trabalho dos alunos); e (ii) Onze questões sobre cinismo, instrumento de Turner e Valentine (2001).
Para realizar as análises, foram utilizados os testes t de Welch e correlações de Spearman e Pearson. Foi verificado que, de modo geral, não houve diferença estatisticamente significante entre o nível de cinismo dos alunos de pós-graduação quando analisados por gênero, formação acadêmica e área de trabalho. Quanto às análises de correlações, foi encontrado que a maior parte das questões de cinismo não têm relação com a idade. Portanto, este achado sugere que a idade não afeta de forma relevante o nível de cinismo dos estudantes.
Não é possível afirmar que os homens têm maior nível de cinismo do que as mulheres. A maioria das correlações não foram significantes e, portanto, sugere-se que não há relação clara entre a idade e o cinismo. Foi possível constatar que alunos que trabalham na área contábil possuem traços de cinismo ligeiramente maiores do que aqueles que trabalham em outros departamentos da empresa. No entanto, para a maioria dos aspectos de cinismo, não houve diferença relevante. Por fim, observou-se que alunos graduados em contabilidade e em outras áreas possuem níveis semelhantes de cinismo.
JAMES, Matrecia S. L.; MILES, Angela K.; MULLINS, Terry. The interactive effects of spirituality and trait cynicism on citizenship and counterproductive work behaviors. Journal of Management, Spirituality & Religion, v. 8, n. 2, p. 165–182, 2011. DOI: 10.1080/14766086.2011.581814. TURNER, James H.; VALENTINE, Sean R. Cynicism as a Fundamental Dimension of Moral Decision-Making: A Scale Development. Journal of Business Ethics, [S. l.], v. 34, n. 2, p. 123–136, 2001. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/25074627.