Resumo

Título do Artigo

RELAÇÕES ENTRE CAPACIDADE DE ABSORÇÃO E INOVAÇÃO EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
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Palavras Chave

Capacidade de Absorção
Determinantes
Inovação

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Pequenas e Médias Empresas

Autores

Nome
1 - ANDRÉ GUSTAVO CARVALHO MACHADO
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - PPGA/MPGOA

Reumo

Embora haja um crescente interesse traduzido em publicações sobre CA, observam-se oportunidades para futuras pesquisas, em particular no que diz respeito àquelas que investiguem e esclareçam as características dos seus determinantes e como estes influenciam a CA (VOLBERDA; FOSS; LYLES, 2010) e explorem contextos que não envolvam atividades de pesquisa e desenvolvimento (LANE; KOKA; PATHAK, 2006), como é o caso de pequenas empresas (MENNENS et al., 2018; GUO; ZHENG; LIU, 2017; PATERNOLLI; CANCELLIER, 2017; FLATTEN; GREVE; BRETTEL; 2011).
O problema de pesquisa, portanto, é expresso em forma de pergunta da seguinte maneira: quais os relacionamentos existentes entre determinantes da CA, dimensões da CA e inovações tecnológicas em micro e pequenas empresas? Diante do exposto, o objetivo central do presente artigo é descrever as relações entre determinantes da CA, dimensões da CA e inovações tecnológicas empreendidas por micro e pequenas empresas.
A CA possui um papel fundamental no desenvolvimento das inovações e desempenho organizacional (COHEN; LEVINTHAL, 1990; ZAHRA; GEORGE, 2002). Pesquisas chamam a atenção para o papel das dimensões inerentes à CA no desenvolvimento de inovações (PATERNOLLI; CANCELLIER, 2017) e suas relações com o desempenho empresarial (FLATTEN; GREVE; BRETTEL; 2011). Diferentes antecedentes organizacionais, por sua vez, têm efeitos distintos sobre as dimensões da CA (JANSEN; VAN DEN BOSCH; VOLBERDA, 2005; VEGA-JURADO; GUTUÉRREZ-GRACIA; FERNÁNDEZ-DE-LUCIO, 2008).
A pesquisa se trata de uma survey empreendida em 243 micro e pequenas empresas, de diferentes setores, localizadas no estado da Paraíba e participantes do Programa ALI. A coleta de dados ocorreu por meio de questionários e as análises se deram mediante estatística descritiva e correlações estatísticas. Os graus das inovações de produto e processo foram mensurados a partir do que prescrevem Bachmann e Destefani (2008) e foram classificadas de acordo com a abordagem sugerida por Silva Néto (2012): Inovadora Sistêmica; Inovadora Ocasional e Pouco Inovadora.
As evidências da pesquisa sugerem relacionamentos significativos entre as dimensões da capacidade de absorção e inovações de processo, embora o mesmo resultado não tenha sido alcançado para inovações de produto. Também foram constatados relacionamentos significativos entre as dimensões da capacidade de absorção e os seguintes determinantes: capacitação de pessoas, padronização de processos e ações em prol do compartilhamento de conhecimentos.
O fato de as empresas desempenharem atividades de baixo conteúdo tecnológico; executarem, ainda que timidamente, mais inovações de produto do que de processo; não possuírem o hábito de adquirir informações de fontes externas para fins de inovação; disseminarem minimamente informações internas para tomada de decisão; poucas estimularem o compartilhamento de conhecimentos entre os empregados; e apenas um quinto das mesmas investirem em capacitação, ajuda a explicar as preocupantes estatísticas de mortalidade precoce das micro e pequenas empresas brasileiras.
COHEN, W. M.; LEVINTHAL, D. A. Absorptive capacity: a new perspective on learning and innovation. Administrative Science Quartely, v.35, n.1, p.128-152, 1990. ZAHRA, S. A.; GEORGE, G. Absorptive capacity: a review, reconceptualization, and extension. Academy of Management Review, v. 27, n.2, p.185-203, 2002. VEGA-JURADO, J.; GUTIÉRREZ-GRACIA, A.; FERNÁNDEZ-DE-LUCIO, I. Analyzing the determinants of firm’s absorptive capacity: beyond R&D. R&D Management, v.38, n.4, p. 392-405, 2008.