Resumo

Título do Artigo

A REPRESENTAÇÃO DO VIRIL NAS CAPAS DE REVISTAS HOMOERÓTICAS COMO FONTE DE REPRODUÇÃO DA MASCULINIDADE HEGEMÔNICA
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Palavras Chave

Virilidade
Masculinidade Hegemônica
Revistas Homoeróticas

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Diversidade, Diferença e Inclusão nas Organizações

Autores

Nome
1 - RENAN GOMES DE MOURA
UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROFESSOR JOSÉ DE SOUZA HERDY (UNIGRANRIO) - Lapa
2 - Marcus Vinicius Barbosa
UNIVERSIDADE SEVERINO SOMBRA (USS) - Campus Vassouras

Reumo

Com corpos esculturais, virilidade em evidência e a masculinidade hegemônica fortemente expressa. Essas costumam ser as imagens que ilustram as capas de uma revista voltada para todos os tipos de consumidores gays, porém, suas capas são estampadas – na maioria das edições - com homens que possuem raras ou parcas característica vinculada às feminilidades.
Como as capas de revistas homoeróticas valorizam as características da masculinidade hegemônica? O presente artigo propõe-se em analisar como as capas de revistas homoeróticas reforçam e/ou valorizam características socialmente atribuídas à masculinidade hegemônica.
A forma como o corpo do gay masculino foi representada sempre esteve diretamente relacionada com o contexto da heterossexualidade (MENDONÇA, 2010),. Connell (1995) afirma que a masculinidade é “uma configuração de prática em torno da posição dos homens na estrutura das relações de gênero” (p.188). Porem deve-se observar que ao abordar a masculinidade deve-se levar em conta que até a construção e denominação dos corpos em masculino é produto de uma construção histórica e social (CONELL, 1995; BUTLER, 2016).
A metodologia adota consiste na Análise Multimodal do Discurso, que segundo Kress e Van Leeuwen (1996) trata-se de uma análise que emprega duas ou mais modalidades semióticas em sua composição, como por exemplo palavras e imagens.O corpus da pesquisa foi composto pela seleção de 7 capas de uma revista homoerótica voltada para o público gay com publicações bimestrais. Selecionou-se as capas de revistas que abarcaram o período de 2016 a 2019.
as imagens selecionadas evidenciam é que há uma normatização do corpo e a valorização das características associadas a masculinidade hegemônica o que pode influenciar na construção dos corpos e identidades homossexuais, ao qual Santana (2010) e Kellner (2001) relatam que as revistadas destinadas a homossexuais masculinos tende a normatizar e valorizar determinadas características masculinas que, implicitamente, afetam a identidade e a construção dos corpos de gays.
Notou-se que a revista selecionada para análise preocupa-se em criar no imaginário do seu público o desejo pelo homem potente, e ao mesmo tempo, cria também a necessidade de rejeitar qualquer chance de aproximação com a homossexualidade, em especial com a imagem estereotipada do homossexual, ou seja, o homossexual não másculo e com poucos, ou nenhum, traços de virilidade.
ALMEIDA, Miguel Vale de. Gênero, masculinidade e poder: Revendo um caso do Sul de Portugal. Anuário Antropológico, n.95, Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.1996. ALVES, José Eustáquio Diniz. A Linguagem e as representações da masculinidade. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Ciências Estatísticas, 2004 BADINTER, Elisabeth. XY: Sobre a identidade masculina. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2017.