Resumo

Com base nas teorias de redes e buracos estruturais do intercâmbio e capital social e da ação fundamentada, este estudo explorou o tema a partir da triangulação de dados sob a perspectiva de diversos membros de startups de distintas indústrias e níveis de maturidade e de gestores de programas de incubação e aceleração.

O objetivo deste artigo é entender o funcionamento das redes de empreendedorismo para startups e o papel que incubadoras e aceleradoras desempenham na aquisição e troca de conhecimento destas empresas. Questões de pesquisa: como os empreendedores utilizam os relacionamentos em redes de incubadoras e aceleradoras para impulsionar o desenvolvimento de suas empresas? Quais os fatores determinantes na formação de parcerias, acordos e aquisição, compartilhamento e acumulação de conhecimento dentro e fora das startups? Como os atores locais das redes realmente se unem pelo empreendedorismo local?

A fundamentação teórica aborda o fenômeno da gestão e compartilhamento de conhecimento no contexto de redes de empreendedorismo considerando startups, incubadoras e aceleradoras. O conhecimento nas organizações é tido como recurso crítico na corrida para obter vantagem competitiva sustentável em uma economia dinâmica e, nos últimos anos, pesquisadores têm concentrado cada vez mais esforços no estudo do compartilhamento de conhecimento entre membros, equipes e outras organizações (Wang & Noe, 2010).

Este estudo classifica-se como uma pesquisa exploratório-descritiva, com abordagem qualitativa, tendo sido realizada através de um estudo de casos múltiplos. A pesquisa foi realizada por meio de seis entrevistas em profundidade, sendo cinco individuais e uma em grupos focais, tendo sido os dados submetidos à análise de conteúdo através do software NVivo. A escolha da amostra deu-se pelo enquadramento de cada startup em diferentes estágios de maturidade.

Os resultados indicam que as startups recorrem às redes para acessar recursos escassos, absorver conhecimento técnico e, principalmente, fazer uso da rede de relacionamento de incubadoras e aceleradoras que desempenham papel basilar na aquisição e troca de conhecimentos, uma vez que disponibilizam espaços físicos com recursos compartilhados, serviços de apoio ao desenvolvimento dos negócios e amplas redes de relacionamento. Além disso, os resultados revelam que grande parte do compartilhamento do conhecimento em redes empreendedoras acontece de maneira informal.

Os achados demonstraram que grande parte do compartilhamento do conhecimento em redes empreendedoras acontece de forma informal, baseada no senso de coletivismo, verdade e confiança entre os elos e com o propósito de amadurecer o reconhecimento, imagem e reputação individual e organizacional. Para futuras pesquisas, é necessário identificar os comportamentos e ações gerenciais que demonstrem suporte ao fortalecimento dos elos e apoio ao compartilhamento de conhecimento e desenvolver um guia de práticas válidas e confiáveis.

Aldrich, H. (1999). Organizations evolving. Sage. Bardin, L. Análise de Conteúdo. 4 ed. Lisboa: Edições 70, 2009 Bock, G. and Kim, Y. 2002. Breaking the myths of rewards: an exploratory study of attitudes about knowledge sharing. Information Resources Management Journal, 15(2): 14–21. Chen, J. S., & Lovvorn, A. S. (2011). The speed of knowledge transfer within multinational enterprises: the role of social capital. International Journal of Commerce and Management. Grant, R. M. (1996). Toward a knowledge‐based theory of the firm. Strategic management journal, 17(S2), 109-122.