Resumo

Título do Artigo

A INFLUÊNCIA DA CORRUPÇÃO NO INSUMO E NA PRODUÇÃO DE INOVAÇÃO NACIONAL
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Palavras Chave

Inovação Nacional
Corrupção
Países desenvolvidos e em desenvolvimento

Área

Gestão da Inovação

Tema

Políticas, Estratégias, Instituições e Internacionalização da Inovação

Autores

Nome
1 - Paula Carolina Ferretti
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI (UNIASSELVI) - NEAD
2 - Adriana Kroenke
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB) - Programa de Pós-Graduação em Administração e Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis

Reumo

Os índices de corrupção fazem parte das variáveis institucionais (PENG et al., 2009) e representam um problema político e econômico para os países (JAIN, 2001). Com o intuito de viabilizar processos onerosos ocasionados pela corrupção, os empreendedores podem burlar as barreiras burocráticas, firmando relações corruptas (CARDEN; VERDON, 2010). Esse cenário ocasiona riscos à inovação (ANOKHIN, SCHULZE, 2009; ALAM; UDDIN, YAZDIFAR, 2019; DINCER, 2019).
A maioria das pesquisas que tratam a corrupção utilizam indicadores de desempenho econômico, em comparação a essas pesquisas, estudos empíricos sobre inovação e corrupção ainda são limitados (XU, YANO, 2017). Estes estudos são pouco compreendidos e explorados (ANOKHIN, SCHULZE, 2009; DIRIENZO, DAS, 2015; DINCER, 2019) e direcionando-se em sua maioria para o empreendedorismo produtivo (DEMPSTER, ISAACS, 2017), pedidos de patentes (DINCER, 2019) ou investimento em P&D (ALAM; UDDIN; YAZDIFAR, 2019). Diante disso, o objetivo deste estudo é examinar a influência da corrupção na inovação nacional.
A corrupção é considerada um abuso de cargo público para ganhos privados (CUERVO-CAZURRA, 2006), criando um ambiente institucional que faz com que os empreendedores migrem para atividades improdutivas (DAU, CUERVO-CAZURRA, 2014). A inovação nacional considera um país como unidade de adoção de inovação (LEE, 1990). A confiança institucional é essencial para promover a capacidade de inovação (LUNDVALL, 2002). Empresas alocadas em países com altos níveis de corrupção, estão expostas a um sentimento desanimador em relação aos seus investimentos de inovação (ALAM; UDDIN; YAZDIFAR, 2019).
Por meio de uma abordagem quantitativa, empregou-se modelos de Regressão Linear para uma amostra que variou de 86 a 105 países, conforme cada ano analisado. Os dados de inovação nacional foram sintetizados pela técnica DP2, permitindo o uso dos determinantes de inovação, sendo estes, o insumo e a produção. As variáveis do estudo foram retiradas do Global Innovation Index e do Corruption Perceptions, referentes ao período de 2013 a 2018. As economias são classificadas por seu nível de desenvolvimento, medido pela renda nacional bruta (RNB) per capita, estabelecido pelo World Bank.
Sintetizou-se 21 sub pilares individualmente, sendo que, 15 foram sintetizados para formar a variável de insumos de inovação e 6 foram agrupados para gerar a variável de produção de inovação. Constatou-se que a corrupção tem um efeito negativo e significativo para todos os anos e modelos investigados, tanto para os países desenvolvidos, quanto para os países em desenvolvimento. No entanto, a influência da corrupção no insumo de inovação é maior nos países em desenvolvimento, enquanto, nos países desenvolvidos esse efeito é maior na produção de inovação.
A influência entre a corrupção e a inovação nacional diferencia-se quando analisados o insumo e a produção, especialmente ao comparar países com diferentes níveis econômicos. Os países desenvolvidos percebem de forma maior a influência prejudicial da corrupção quando o foco é a produção de conhecimento, tecnologias e resultados criativos, por serem referências em qualidade institucional. Os países em desenvolvimento são prejudicados nos insumos de inovação, ou seja, nos aspectos que englobam as instituições, o capital humano, a infraestrutura, a sofisticação de negócios, entre outros.
CUERVO-CAZURRA, A. Who cares about corruption? Journal of International Business Studies, v. 37, n. 6, p. 807-822, 2006. CUERVO‐CAZURRA, A. Corruption. Wiley Encyclopedia of Management, p. 1-3, 2015. LUNDVALL, B.; JOHNSON, B.; ANDERSEN, E. S.; DALUM, B. National systems of production, innovation and competence building. Research policy, v. 31, n. 2, p. 213-231, 2002. XU, G.; YANO, G. How does anti-corruption affect corporate innovation? Evidence from recent anti-corruption efforts in China. Journal of Comparative Economics, v. 45, n. 3, p. 498-519, 2017.