Resumo

Título do Artigo

GOVERNANÇA CORPORATIVA E RISCO BANCÁRIO NO BRASIL NO CONTEXTO DE CRISE ECONÔMICA
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Palavras Chave

Governança Corporativa
Risco bancário
Crise econômica brasileira

Área

Finanças

Tema

Governança, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - GEORGE ALBERTO DE FREITAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Feaac
2 - Marcelle Colares Oliveira
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC/DC/PPAC
3 - MARÍA BELÉN LOZANO GARCÍA
Universidad de Salamanca - Faculdad de Economía y Empresa

Reumo

O risco bancário ganhou notoriedade após as práticas de gestão dos subprimes americanos, que culminaram na crise de 2008. Entretanto, o bom desempenho sugere que o setor bancário brasileiro estaria blindado contra crises. Testa-se a relação entre governança corporativa (GC) e o risco nos períodos com e sem crise, com vistas a entender o papel da GC dos bancos no contexto da crise. Se a GC influenciar o risco, reforçaria o argumento da blindagem e que a GC contribuiria apenas como um meio de ajuste do risco.
Qual a influência dos mecanismos de governança corporativa no comportamento de risco dos bancos atuantes no Brasil? O objetivo deste estudo consiste em examinar os efeitos da governança corporativa sobre o comportamento de risco dos bancos brasileiros. O setor bancário brasileiro pode ter muito a informar, uma vez que os principais bancos continuaram a crescer mesmo depois da crise de 2008. Entende-se que os resultados ajudarão a aprofundar o entendimento sobre o papel da governança corporativa sobre o risco bancário.
Os conselheiros independentes não possuem o mesmo nível informacional e têm menos habilidades e experiências, fragilizando a tomada de decisão e elevando os riscos (Lu & Boateng, 2018; Minton et al., 2014). Os efeitos do tamanho do conselho sobre a postura de risco dos bancos são significativos. Pi e Timme (1993) testaram se o dualismo acentuava o conflito agente-principal nos bancos, e encontraram vantagens na separação das funções em relação ao custo e retorno sobre ativos. Para Laeven e Levine (2009) os proprietários diversificados têm fortes incentivos para aumentar o risco
Os dados sobre GC dos bancos foram coletados dos Formulários de Referência da CVM e do IF.DATA do Bacen. Os dados anuais, entre 2008 e 2019 de 26 bancos resultaram em um painel desbalanceado de aproximadamente 254 observações úteis. A variável dependente é o Índice de Risco Bancário e as dependentes são uma série de dados de GC. Os resultados foram gerados por painéis de efeito aleatório e fixo, estimados por MQO e MQG. Foram realizados os testes de normalidade, autocorrelação, heterocedasticidade e multicolinearidade, assim como o teste de Hausman robusto.
O IRB aponta que o sistema bancário brasileiro possui baixo risco. Os conselhos mais independentes primam pelos interesses de um conjunto amplo de partes interessadas, consequentemente, reduz do risco bancário. Conselhos de administração maiores tendem a reduzir o risco bancário. A separação do CEO e do presidente do conselho se mostrou significante para reduzir o risco bancário. É possível afirmar que o pagamento de remuneração variável reduz o risco bancário, pois é possível que os gestores tenham receio de perder a remuneração ou manchar a reputação.
A tese de blindagem do setor bancário a crises econômicas foi confirmada, haja vista que o risco dos bancos não se modificou na comparação entre os períodos antes e durante a atual crise brasileira. Os conselhos de administração compostos por membros independentes, não duais e tamanho maior contribuem para a redução do risco, bem como o pagamento de remuneração variável. Bancos públicos contribuem mais para redução do risco. Bancos maiores e de controle institucional tendem a aumentar o risco bancário.
Laeven & Levine (2009). Bank governance, regulation and risk taking. Journal of Financial Economics, 93(2), 259–275. Lu & Boateng (2018). Board composition, monitoring and credit risk: evidence from the UK banking industry. Review of Quantitative Finance and Accounting, 51(4), 1107–1128. Minton, Taillard & Williamson (2014). Financial expertise of the board, risk taking, and performance: Evidence from bank holding companies. Journal of Financial and Quantitative Analysis, 49(2), 351–380. Pi & Timme (1993). Corporate control and bank efficiency. Journal of Banking and Finance, 17, 515–530.