Resumo

Título do Artigo

Análise da Legibilidade da Norma Contábil versus Legibilidade das Notas Explicativas
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Palavras Chave

Legibilidade
Evidenciação
Pronunciamentos Contabéis

Área

Finanças

Tema

Contabilidade

Autores

Nome
1 - Guilherme de Freitas Borges
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO TRIÂNGULO MINEIRO (IFTM) - Campus Patrocínio
2 - Ilirio josé Rech
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG) - UFG Goiãnia

Reumo

A pesquisa aborda tema inserido no work plan do IASB (2017-2021) cuja meta é melhorar a eficácia da comunicação. As notas explicativas ganharam em volume informacional, o que, na visão de Boomfield (2012), ocasionou aumento na complexidade dos relatórios. O aumento da complexidade dos relatórios pode estar associado à baixa legibilidade, comprometendo a tomada de decisão. Para Dyer, Lang e Lawrence (2016), o aumento na complexidade dos relatórios, ao longo do tempo, está diretamente relacionado às mudanças na regulamentação, como a adoção das normas internacionais.
Apregoa-se que a complexidade encontrada nos relatórios contábeis seja causada pela dificuldade de compreensão da norma emitida pelo órgão responsável. Assim, emergiu a questão que norteou a pesquisa: Qual a relação entre a legibilidade dos pronunciamentos técnicos e a legibilidade das notas explicativas? A pesquisa teve como objetivo geral investigar a relação entre legibilidade dos pronunciamentos técnicos e a legibilidade das notas explicativas divulgadas por companhias brasileiras abertas. Ademais, verificou se a legibilidade das notas é determinada pelas características das empresas.
Sabe-se que os preparadores dos relatórios se baseiam em pronunciamentos contábeis para orientar o processo da divulgação financeira obrigatória, já que esses documentos congregam as políticas contábeis legalmente aceitas. Para Stone (2011), esses requisitos legais têm uma influência considerável no conteúdo das notas explicativas, que geralmente carregam informações técnicas complexas e com baixa legibilidade. Esse termo em inglês é denominado “readability” e é entendido como a facilidade com que os investidores e analistas assimilam informações da divulgação (Loughran & McDonald, 2014).
Para atingir os objetivos propostos utilizou-se de metodologia quantitativa, por meio de um modelo de regressão múltipla por análise de dados em painel, com variáveis de legibilidade das notas explicativas e dos pronunciamentos técnicos, mensuradas pelo Flesch Index, controlando-se essa relação por proxies de características das empresas. O estudo foi realizado a partir das normas emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, das demonstrações financeiras divulgadas pelas companhias que compõem o IBrX50 e dados da base Economática no período entre 2010 e 2017.
A principal variável explicativa que mensurou a facilidade de leitura da norma contábil registrou relação positiva e significativa com o índice de legibilidade das notas explicativas, (H1), e indica que para cada unidade aumentada no índice Flesch de um pronunciamento, em média, consegue-se um ganho de 0,524 na legibilidade da nota explicativa respectiva. A hipótese H2 de influência das características das companhias mostrou-se significativa para as proxies de tempo de listagem na B3 e emissão de ADR.
Os resultados apontam parda uma relação positiva entre a legibilidade da norma e a legibilidade das notas explicativas. Portanto, tornar os pronunciamentos técnicos mais legíveis resulta em maior compreensão da norma pelo elaborador das demonstrações financeiras e implica em notas explicativas mais legíveis. A revisão periódica dos pronunciamentos técnicos pode contribuir para o ambiente de evidenciação.Os achados da pesquisa corroboram com as ideias de Verrecchia (2001), ao passo que defende a redução da assimetria da informação como forma de melhorar a entrega de informações ao mercado.
Boomfield, R. J. (2012). A pragmatic approach to more eficiente corporate disclosure. Accounting Horizons, 26(2), 357-370. Flesch, R. (1948). A new readability yardstick. Journal of Applied Psychology, 32(3), 221-233. Loughran, T., & McDonald, B. (2014). Measuring readability in financial disclosure. The Journal of Finance, New York, 69(4), 1643-1671. Stone, G. W. (2011). Readability of accountants’s communications with small business: some australian evidence. Accounting Forum, 35(1), 247-261..