Resumo

A capacidade adaptativa é considerada como um dos componentes das capacidades dinâmicas que busca compreender como as organizações conectam suas vantagens e seus recursos internos com as vantagens existentes no mercado (Wang & Ahmed, 2007). Neste contexto, uma organização possui capacidade adaptativa quando adapta, responde e reage a mudanças internas ou externas (Krohmer, Homburg & Workman, 2002).

Este estudo tem como objetivo a proposição e validação de uma escala de mensuração da capacidade adaptativa em organizações. Para proposição das dimensões da escala levou-se em consideração o modelo de Stabler & Sydow (2002). E, para proposição dos indicadores de cada dimensão analisou-se estudos anteriores relacionados a temática.

O desenvolvimento da capacidade adaptativa é, por vezes, seguido pela evolução de formas organizacionais, como estruturas convencionais que envolvem a formalização, a integração, a centralização e a complexidade. No entanto, além das estruturas formais, existem dimensões estruturais informais, como baixo acoplamento, multiplexidade e redundância (Stabler & Sydow, 2002), isso para criar e gerenciar a capacidade de adaptação organizacional (Wang & Ahmed, 2007).

O estudo adotou uma abordagem qualitativa, de natureza exploratória e descritiva dos dados. Os procedimentos técnicos utilizados foram a pesquisa bibliográfica e Survey. A coleta de dados utilizou o método Survey aplicado de forma on-line, resultando em 122 questionários válidos de organizações do Noroeste Gaúcho. A análise, interpretação e validação dos dados foram realizados por meio dos softwares Microsoft Excel 2019 para tabulação dos dados e SmartPLS 2.0 para as análises do modelo de mensuração e do modelo estrutural com a técnica de Modelagem de equações estruturais.

As análises do modelo de mensuração destacou todos os valores da AVE, CC e Alpha de Cronbach estão acima de >0,50, >0,70 e >0,70 respectivamente, o que permite afirmar que o modelo de mensuração da escala apresenta validade convergente e confiabilidade (Hair, Hult, Ringle & Sarstedt, 2014). Verificou-se que todos os indicadores das dimensões têm valores superiores relativos aos correspondentes Cross Loadings e foi atendido o critério Fornell-Larcker, o que assegura a validade discriminante. As análises do modelo estrutural também demonstraram validação conforme os critérios delimitados.

Os resultados do estudo demonstram a articulação dos indicadores de Estrutura Organizacional Flexível e Gestão Inovadora, Pluralidade e Multifuncionalidades das Equipes e Sistemas de Informações e Análise de Mercado resultam em um modelo teórico em que vários aspectos relacionados à existência do desenvolvimento de capacidades adaptativas em organizações. Deste modo, a escala proposta apresentou validade convergente do seu modelo de mensuração e estrutural para a mensuração da capacidade adaptativa em organizações.

Hair, J. F., Hult, G. T. M., Ringle, C. M. & Sarstedt, M. (2014). A Primer on Partial Least Squares Structural Equation Modeling (PLS-SEM). Thousand Oaks: Sage. Krohmer, H., Homburg C. & Workman, J. P. (2002). Should the market be multifunctional? Journal of Business Research, 55, 451-465. Staber, U. & Sydow, J. (2002). Organizational adaptive capacity: a structuration perspective. Journal of Management Inquiry, 11, 408-424. Wang, C. L. & Ahmed, P. K. (2007). Dynamic capabilities: A review and research. International Journal of Management Reviews, 9, 31-51.